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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Uma pedra no caminho

A tentativa do então prefeito Sylvio Lopes de, por todos os meios, melar a indicação do vereador Riverton Mussi à presidência da Câmara para o exercício de 2004 e forçar a candidatura de Paulo Paes, fazia parte de um acerto político. Ele sabia do potencial de Riverton para vôos mais altos e de sua determinação em firmar-se sem sua tutela, pois o via como uma pedra no caminho rumo à candidatura do filho Glauco à prefeitura.
Diante da pressão que Sylvio fazia, partidários de Riverton chegaram a colocar faixas em pontos estratégicos em volta do Legislativo em tom desafiador: -“Com Sylvio ou sem Sylvio Riverton é candidato”. Pois bem, Riverton foi eleito presidente e aí já entrou em 2004 costurando entendimentos para o lançamento de seu nome como candidato a prefeito. Contrariado, mas pragmático como as velhas raposas, Sylvio teve que se dobrar ao resultado da pesquisa que mandara fazer, que apresentava Riverton com maior popularidade no partido. Viu que seria mais seguro enfrentar a forte coligação oposicionista com o sobrinho rebelde do que uma aventura com Paulo Paes, reconhecendo aí sua própria impopularidade. Como se depreende, não fosse a aceitação popular de Riverton o PSDB teria sucumbido.
Ao assumir a prefeitura, Riverton tomou um susto com a monstruosa dívida assumida, com obras inacabadas e fornecedores em atraso. Inclusive, um empréstimo de milhões tomado junto ao Macprevi (previdência dos servidores), sem que se saiba para quê, infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, que ficou para ele pagar em prestações de R$ 200 mil mensais, a partir de julho de 2005. Por isso, em concorrido evento na Câmara Municipal no princípio de dezembro de 2005, o prefeito chegou a desabafar ao fazer uma abordagem sobre seu primeiro ano de administração: -“Não vejo a hora do ano acabar”.
“Herança Maldita”: era assim que a vereadora petista Marilena Garcia, na tribuna da Câmara, denominava os pepinos deixados por Sylvio, ao perceber a administração Riverton travada, criticando com veemência o modelo equivocado de gestão adotado. E ao ver o esforço de Riverton em se afastar da influência do antecessor, Marilena passou a ver nisso uma oportunidade de parceria para dar um novo rumo à vida política de Macaé, conseguindo, com o apoio do vereador Maxwell Vaz, Luciano Diniz, Henrique Emery e outros, flexibilizar a postura do PT, sob a resistência dos mais radicais, e estabelecer um acordo com outros partidos para viabilizar a campanha de reeleição.
Agora são muitas pedras no caminho que Sylvio e seus filhos sonhavam trilhar para retomar o poder e procurar consolidar seu feudo.

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