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domingo, 29 de agosto de 2010

INACEITÁVEL PODER DO TRÁFICO EM MACAÉ

Lamentável o desgaste à imagem de Macaé com a matéria do jornal O Globo dizendo que Fernando Gabeira e Cesar Maia, candidatos, respectivamente, a governador e ao Senado, foram impedidos por traficantes de circular livremente pelas comunidades Nova Esperança e Nova Holanda. Mais inusitado foi saber que Gabeira só conseguiu fazer sua caminhada política depois de dialogar com membros da associação de moradores e ter que obedecer roteiro determinado pelos traficantes, que passavam em suas motos exibindo armas.
Situação esdrúxula saber ainda que há associação de bairro em comum acordo com traficantes, quando deveria estar a serviço de sua comunidade e não usando de influência para conseguir recursos junto ao poder público e estabelecer uma espécie de feudo eleitoral. Isto mostra que o poder do tráfico criou um valhacouto, superando a inteligência do sistema repressor, até agora incapaz de criar um espírito de corpo entre moradores, e que, por se sentirem isolados e fragilizados, não ousam colaborar com uma força policial infelizmente ainda sem crédito suficiente para pedir isso. Aliás, essa nossa polícia ainda traz o ranço do período ditatorial, que a serviço da represssão olhava o civil com desconfiança. Políca é para defender o cidadão, a família, o povo, e não o governo.
Ora, Macaé é uma cidade pequena, plana, com poucas áreas de fuga e acesso não tão complexo às comunidades periféricas. Se as incursões esporádicas, que amedrontam e põem em risco a segurança de moradores e, como nos filmes americanos, tornam apenas mais excitantes e heroicos para os jovens traficantes o embate com a polícia, já passou da hora de se buscar alternativas mais eficazes. Não é uma questão de mais efetivo, mas de planejamento estratégico. E na arte de pensar a luta, o poder das armas não deve ser destaque. A experiência de quem vai ao campo, de quem tem profunda intimidade com o ambiente de violência, traz luz e dá embasamento a estudos que permitem criar uma rede de informação confiável, ainda mais com a sofisticada tecnologia de comunicação hoje disponível.
Mesmo sem dispor desses recursos, foi com a antiga estratégia asiática de guerra que o general Giap conseguiu derrotar os americanos e sua poderio bélico no Vietnam. Outro exemplo é a dificuldade que os americanos vêm tendo para derrotar homens simples do talibã no Afeganistão, embora usando os mais formidáveis equipamentos e meios de comunicação. E vão ter que sair de lá em breve, porque não têm conhecimento íntimo da tradição e da geografia da região, por isso não têm como se estabelecer.
Então, como as Unidades de Polícia Pacificadora nas favelas cariocas, é preciso ocupar o espaço com segurança, obras de saneamento, educação em tempo integral, saúde, esporte e oportunidade de trabalho para que a juventude não fique ociosa e à mercê dos traficantes. Silvester Stallone e suas incríveis façanhas na tela podem ser fascinantes, mas são pésssimos exemplos. Não é bem desse lixo e mentirosa arte que o Brasil está precisando.
Em entendimento com o governador e de acordo com o comando da PM em Macaé, é possível estender o braço do sistema policial em zonas de conflito. A Prefeitura poderia construir comnfortáveis destacamentos onde, em permanentes trocas de turno, os policiais pudessem se alimentar e descansar, mantendo estreita relação com as comunidades. As demais atividades a Prefeitura continuaria exercendo.


MISTO QUENTE

UENF EM GREVE: Em suas campanhas de reeleição, os deputados do Rio de Janeiro deveriam programar uma ida à Universidade do Norte Fluminense e procurar informações sobre as razões que levam professores a deixar os acadêmicos sem aula há mais de dez dias. Criada por Darcy Ribeiro no governo Brizola, passou as maiores dificuldades quando Marcello Alencar governava (PSDB), assim quando o casal Garotinho levou oito anos no poder. Sem salário digno, falar em educação de qualidade é lançar palavras ao vento.
GAROTINHO: Na política, alguns ficam mais refinados na “arte da dissimulação”. Inimigo visceral do governador Cabral, Garotinho perdeu seu poder de fogo para atacá-lo como gostaria ao dizer que está ao lado de Lula. Mas sua filha, vereadora Clarissa, já confessou a um figurão do PSDB que “Papai não vai com a cara dessa mulher”, Dilma Rousseff. Só que com o cutelo da Justiça no pescoço o instinto de sobrevivência o leva a encolher as garras.
INCOERÊNCIA: Para sair do limbo eleitoral, o tucano Serra foi buscar até um índio como vice e já tentou colar um novo nome para se aproximar do povão: Zé Serra. Não adiantou. Como fazia Cesar Maia, levanta factóides para imputar culpa à adversária. Agora, anda formulando frases de efeito: “Eu não preciso de padrinho”, “Eu não preciso ficar na sombra de ninguém” e “Não ando na garupa de ninguém”. Mas, despencando nas pesquisas, está correndo para São Paulo pensando nos elevados índices de Alckmin.

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