.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

FALTA ALMA À NOSSA EDUCAÇÃO

A educação formal, emulativa e individualista, com ênfase na preparação intelectual da juventude para atender as exigências do mercado, não passa de um adestramento a serviço do sistema capitalista, algo como a reposição de peças na grande engrenagem que visa tão somente gerar riqueza material, o lucro, que em grande parte vem da mais-valia, ou seja, da diferença entre o valor produzido pela força de trabalho e o salário pago ao trabalhador, cientifica e exaustivamente já explicado pelo socialismo.

Falta a esse sistema o viço da vida, a alma que anima, a seiva que o artesão não tem como inserir na flor plástica que acabou de confeccionar. Exemplo marcante dá para ver da recente apuração que o Tribunal de Contas da União (TCU) fez em relação ao calote de muitos milhões de reais dado por dezenas de brasileiros que ganharam bolsas para realizar um sonho que, sem ajuda do governo, ou melhor, do dinheiro do contribuinte, não seria possível: doutorado, mestrado e pesquisas no exterior. Privilegiados, foram, concluíram seus cursos, por lá ficaram com bons empregos em indústrias e universidades, alguns casados, sem dar nenhuma explicação ao governo e nenhum retorno do que aprenderam ao seu país.

Nas escolas que frequentaram por aqui não foram estimulados a aprofundar o sentimento de solidariedade, a buscar um ideal mais nobre, de ajudar sua pátria a se desenvolver, de colocar seus conhecimentos a serviço de seu povo. É da moral utilitarista, ou do pragmatismo equivocado, que tem como critério da verdade o valor prático.

Então, o Brasil deu educação formal e financiou esses bolsistas para, depois de suas especializações, virarem as costas para sua origem e aplicar seus conhecimentos em países desenvolvidos. Uma injustiça, falta de amor à terra e ao povo que luta pela ascensão social. É da questionável moral pragmática essa postura (a decisão mais vantajosa), que tem como critério da verdade o valor prático, como pode ser interpretado pelo que explicou uma oceanográfica, com PhD pelo Massachussetts Institute Technology: -“Andei falando com advogados no Brasil e me aconselharam a deixar para lá. Ia ser uma negociação muito longa e desgastante”.

Ora, se o Brasil (CNPq) não consegue fazer com que essa oceanográfica privilegiada pague sua dívida original de R$ 456 mil (passa hoje de R$ 918 mil), mesmo tendo assinado contrato com cláusula de retorno, há que se buscar mecanismo burocráticos e jurídicos mais eficazes, porque esse dinheiro faz falta em nossas escolas de ensino fundamental.

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home