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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CAMINHO DAS INDIAS

Terminou a novela que manteve altos índices de audiência e que nos capítulos finais causou muita expectativa em relação ao desfecho romântico e ao castigo que Ivone merecia.

A autora Glória Pires soube balançar a antiga tradição do sistema de castas (Brâmanes (nobres e sacerdotes), Xátrias (guerreiros), Vaixias (camponeses e comerciantes) e Sudras (escravos), expondo suas contradições, sua complexa cultura religiosa, a idolatria, o amor ao dinheiro, o desrespeito à individualidade e as perversidades sociais, que tratam os dalits como o cocô do cavalo do bandido. Mahatma Gandhi um dia tentou dar novo sentido a essa antiga cultura, liderando com muita humildade, paciência e disciplina para lutar pela independência do domínio britânico, resistindo com a desobediência civil a arrogância inglesa e adotando a não violência. Das esquisitices, escaparam o respeito que devotam aos mais velhos e a afeição familiar.

E não vai ser com muitas lamparinas acesas que alcançarão a visão iluminista dos direitos do cidadão e nem com muitas oblações à Brahma, o deus criador, nem a Vishnu e muito menos a Shiva, que haverão de entender que o amor ao próximo ensinado pelo cristianismo é muito mais importante do que o culto à vaca.

O rio Ganges, que desce das montanhas geladas do Himalaia, não tem também nada de sagrado e suas poluídas águas não conseguem tirar os pecados e nem e curar doenças, como acreditam. O que ele faz de bom é fertilizar suas margens para alimentar a produção de cereais e legumes, mas também afetar a saúde de 400 milhões que vivem em suas margens.

Mas a nossa bela Vera Fischer (Chiara), um dia, em crise existencial, foi também se banhar nos Ganges e disse que se sentiu limpa e leve. Acreditou quem quis.

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