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quarta-feira, 28 de abril de 2010

A INFANTILIDADE E O DESTEMPERO DE CIRO GOMES

- Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino -
(Paulo de Tarso, o sábio judeu convertido ao cristianismo).

O deputado Ciro Gomes (PSB) continua o mesmo, resmungão como menino rabugento ou revoltado como o adolescente ansioso para exibir suas habilidades aos amigos quando se vê travado pelo pai ao lhe negar a chave do carro, que sai batendo a porta da casa e chutando o cão, seu amigo.

Pelo menos é o que dá para apreender da irracionalidade de sua compostura, saindo por aí como um esbaforido corcel selvagem ao ver frustrada sua ambição em ser candidato a presidente do Brasil.
Com a língua solta e afiada, golpeia os aliados e enaltece o adversário Serra, a quem sempre criticou, puerilmente entendendo que essa é a melhor alternativa para mostrar sua importância e insatisfação. Seu invejável currículo político como governador do Ceará, deputado federal, estadual por duas vezes e ministro de Estado também por duas vezes não lhe deu sabedoria ou pelos menos a esperada experiência que exige dos outros.

Para dizer que Serra é mais capaz, ele aponta o frágil argumento político, que Dilma nunca enfrentou uma campanha. Esquece que Lula, com muita malandragem de campanha, era criticado pela oposição por ser operário sem diploma universitário e nenhuma experiência administrativa, tem sido muito melhor do que seu antecessor sociólogo e poliglota FHC. Como se vê, falta ao inquieto jovem cearense maturidade, discernimento e também, segundo pesquisas, popularidade fora de seu curral eleitoral, comandado por sua família em maquiavélica cumplicidade com o senador Tasso Jereissati (PSDB).

Ao afirmar que falta humildade em Lula, que ele está navegando na maionese e sentindo-se o Todo-Poderoso, Ciro esquece de olhar para si mesmo, com aquela arrogância e soberba de Garotinho, que também teve várias oportunidades político-administrativas e manteve as velhas e rançosas práticas na gestão da coisa pública.

Mostra, como o povo já percebeu, que é amante de si mesmo, político insensato e não confiável, incapaz de refrear a própria ferina língua. Como a maioria dos políticos, não tem postura ideológica e é o que é pelas circunstâncias. A firme “convicção” de que, mesmo chamado, não vai à TV declarar seu voto em favor de Dilma será posta à prova um pouco mais à frente caso a ex-ministra cresça nas pesquisas, ameaçando a candidatura de Serra. Como mulher sob TPM, ele tem “sensações”, por isso disse que “minha sensação agora é que o Serra vai ganhar”. E depois de elogiar o preparo dele, no dia seguinte, ainda destemperado, diz que Serra é uma personalidade autoritária e tenebrosa, um perigo para o país. Lamentável, Ciro quis dar uma de esperto e acabou engolido pela esperteza, rejeitado pelo próprio partido. Ainda assim, em seu silêncio, mais na frente Lula talvez o perdoe pela criancice, dando-lhe um abraço e ele, esquecendo as besteiras próprias de menino, recline a cabeça em seu ombro, esquecendo as besteiras. Tudo é possível em nossa política.

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