TRABALHEI COM UM EX-CAPITÃO QUE MATOU CINCO SOB TORTURA
- ELES AINDA ESTÃO POR AÍ, FALTA APENAS AMBIENTE PROPÍCIO -
Quando ministros do Supremo Tribunal Federal, no conforto de um ambiente refrigerado e atapetado, sob a negra beca, decidem considerar os torturadores da ditadura também anistiados e, portanto, livres de qualquer penalidade, embora praticantes de crimes hediondos imprescritíveis, como define a Constituição, lembro-me de um caso que coloca altas patentes militares, ou a própria instituição, em situação irrefutável de total envolvimento com o que acontecia em seus porões.
Em 1975, quando terminava faculdade em Campos, fui assessorar o superintendente da então Telerj, que administrava as telecomunicações de Casimiro de Abreu a Bom Jesus do Norte. A representação sindical era comandada pelo senhor Niebus, com sede no Rio de Janeiro, um coroa simpático, sempre em postura de humildade, que a ditadura manteve por muitos anos na presidência da entidade. Certo dia, no início dos anos 80, transferido do Rio de Janeiro, chega a Campos seu filho, Dalgio Miranda Niebus, sujeito de boa compleição física, comedido em sua relação com os funcionários da Seção Técnica, onde começou a trabalhar.
Não demorou muito, chegou, via sindicato da região, a informação sigilosa de que Dalgio não era um funcionário de carreira, mas um ex-capitão do exército condenado pela Justiça Militar a mais de 80 anos de cadeia por torturar quinze jovens soldados. O fato aconteceu em 1971(governo Médici), quando Dalgio tinha 29 anos e chefiava a 2ª. Seção do estado-maior do 1º BIB (1º Batalha de Infantaria Blindada), com sede em Volta Redonda, sob o comando do tenente-coronel Gladstone.
O caso só veio a furo porque um padre que havia sido preso no batalhão ficou sabendo e denunciou ao bispado, que de tão horrorizado apelou ao comando do Exército para se informar melhor e exigir punição dos culpados. O então capitão Dalgio fazia investigação sobre uso de maconha no quartel e chegou a prender quinze soldados de 19 anos. Com apoio de subalternos, levou-os para um prédio do quartel e ali fez de tudo: choques elétricos, palmatórias, pancadas com barra de ferro, socos, chutes e esmagamento de pés e cabeça de alguns num torno. Cinco deles morreram e o comandante arranjou um jeito de encobrir os crimes, mas, diante da pressão da Igreja, um inquérito militar foi aberto. Sob segredo de justiça, e o grupo condenado. As penas foram altas, mas ninguém ficou mais do que seis anos na cadeia. O capitão Dalgio, por exemplo, ainda ganhou um emprego na Telerj.
Sem nenhuma relação ideológica, esta monstruosidade mostra que, sob o manto do AI-5 e da ordem presidencial de matar todos os comunistas, grande parte dos militares, em nome da pátria e da liberdade, sentia-se à vontade para mostrar serviço. O brigadeiro Burnier, por exemplo, planejou explodir o gasômetro no Rio para depois iniciar uma caçada a muitos políticos por ele listada e lançá-los no mar. Só não conseguiu porque o capitão Sérgio Macaco, do Parasar, não concordou em participar desse plano sinistro. A bomba no Riocentro, que explodiu no colo do sargento Rosário e ao lado do capitão Wilson num Puma, foi outro plano sinistro felizmente fracassado, que visava a causar pânico e muitas mortes por pisoteio na multidão no show em homenagem ao dia do trabalho.
6 Comentários:
Emprego na Telerj...graças ao trabalho, sujo muitas vezes, de homens como esses, livraram nossa Patria de imbecis despotas e comunistas, socialistas que infelizmente ainda temos hoje.
Como uma pessoa me disse certo dia..." eles sao como uma praga, por mais que voce queime, sempre brota mais"!
Por Stark, às 15 de julho de 2010 às 14:01
Apoiado Stark
Por Viniciusviril, às 12 de julho de 2016 às 15:08
Este comentário foi removido pelo autor.
Por LEANDRO MARTINS, às 12 de julho de 2016 às 16:41
😎😎😎😎😎😎
Por LEANDRO MARTINS, às 12 de julho de 2016 às 16:42
Este comentário foi removido pelo autor.
Por LEANDRO MARTINS, às 12 de julho de 2016 às 16:43
Coloquem as fotos desses torturadores queremos conhecê-los. Ainda estão vivos ou já retornaram para a casa do capeta? Mas o que é deles está guardado. Algum dia não muito distante, chegará com juros altíssimos. Podes crer. A justiça dos homens é falha, mas a de Deus, essa chega na hora exata, nem antes e nem depois.
Por Unknown, às 27 de outubro de 2020 às 10:47
Postar um comentário
<< Home