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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

CHEGA DE BLÁ, BLÁ, BLÁ

No momento das ruidosas campanhas eleitorais, quando nossos ouvidos são profundamente afetados pelas promessas dos candidatos que se anunciam como trabalhadores, honestos e dedicadíssimos ao desenvolvimento de Macaé, não consigo ficar no vácuo da passividade quando somos chamados a escolher o político que vai administrar o município onde vivemos, dispondo de um espetacular orçamento que se aproxima de R$ 2 bilhões. Reavivando a memória, quem me faz refletir e aguçar mais ainda o senso crítico sobre isso, aflorando o espírito de cidadania, é o candidato a vereador Paulo Lessa, que em sua insistente publicidade volante em volta do meu quarteirão, diz, em altíssimos decibéis, que “chega de blá, blá, blá...”, embora em eleição anterior o povo tenha entendido isso e não o elegeu.
Pois bem, Silvio Lopes (PSDB) também tenta voltar à política, só que agora como vereador, cargo que lhe dá a convicção da vitória e, quem sabe, ocupar a presidência do Legislativo, isso se Paulo Antunes não quiser enfrentá-lo, caso reeleito. Então, lembrei-me da orientação do ministro Ayres Brito sobre a importância do voto e a responsabilidade que o eleitor tem de escolher bem quem vai representá-lo no Legislativo e administrar sua cidade. E também do ministro Marco Aurélio Mello, que, mais incisivo, chegou a dizer que o candidato não tem o direito de evocar vida privada para se blindar das críticas, direito inalienável no processo democrático, que se fortalece no saudável exercício do contraditório. Então, não se trata de perseguição, mas de responsabilidade civil.
Por isso, precisamos nos precaver, não acreditar naqueles que já nos enganaram, prometendo coisas que não cumpriram. Por exemplo, na campanha de reeleição em 2000, a poucos meses da eleição, o então prefeito, apresentando sua plataforma para 2001-2004, anunciava no JB, textualmente:
-“Até o início de 1997, o esgoto gerado em Macaé não sofria tratamento algum. A partir daí, a Prefeitura começou a realizar um dos maiores programas de saneamento básico do Estado do Rio de Janeiro, construindo redes, elevatórias e estações de tratamento. Até o fim deste ano, 80% do esgoto produzido no município já terá tratamento adequado. Um avanço expressivo, que coloca o programa de saneamento de Macaé como um dos melhores do país e demonstra o respeito da Prefeitura ao meio ambiente e à população macaense”.
Veja o espírito de grandeza: “um dos melhores programas de saneamento do país”. Mas não foi exatamente isso que o prefeito Riverton herdou. Ele encontrou um equipamento de tratamento de esgoto, pasmem, importado da Alemanha, que ficou esquecido, ao relento, num terreno na Linha Verde. A lagoa Imboacica está lá, assoreada e recebendo esgoto in natura; os canais que cortam a cidade totalmente poluídos e o antes piscoso rio Macaé está hoje assoreado, como uma nauseabunda cloaca. Pode ser que como vereador ele ajude o novo prefeito a realizar o que prometeu e não cumpriu. E há ainda dezessete obras prometidas, não cumpridas, que certamente ficaram no esquecimento, mas que publicaremos na próxima semana para refrescar a memória do eleitorado.
Isso aconteceu sob o olhar blasé da cumplicidade dos vereadores que hoje tentam se reeleger, alguns com mais de quatro legislaturas.

2 Comentários:

  • Muito oportuno o artigo ''CHEGA DE BLÁ,BLÁ,BLÁ.
    O Macaé preciso de governante que leva com
    responsabilidade 5 ítens;
    Saúde;
    Saneamento;
    Segurança;
    Cultura
    e finalmente gerenciar esse orçamento de quase
    dois bilhões anual,aplicando em defesa dos macaenses.
    Uma cidade que recebe pessoas de toda parte do mundo tem que haver melhores condições para todos.

    Que o novo prefeito olhe esses 5 ítens, já é um bom começo.
    Abraços do velho amigo,
    RUBEM ALMEIDA
    BLOG MACAÉ EM PAUTA

    Por Blogger Rubem Almeida, às 15 de setembro de 2012 às 12:14  

  • A situação de Macaé é vergonhosa! Tenho vergonha de toda manhã ir ao trabalho e sentir o odor de esgoto proveniente do Rio ao longo da linha verde... e o pior... a acomodação de toda população que não se pergunta para onde está indo todo dinheiro da arrecadação dos impostos nesta cidade.
    Vi uma cena assustadora... como se fosse a coisa mais normal do mundo... como não há uma solução a curto prazo para saneamento, nesta semana, neste rio do qual acabei de falar, estava sendo retirado do fundo, resíduos sólidos de esgoto e o mesmo sendo acondionado em sua margem...
    O que é isso? Não dá para aguentar essa negligência. A situação está insustentável, a cada dia que passa a cidade está pior.

    Por Blogger PS, às 1 de novembro de 2012 às 08:32  

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