CHEGA DE BLÁ, BLÁ, BLÁ
No
momento das ruidosas campanhas eleitorais, quando nossos ouvidos são
profundamente afetados pelas promessas dos candidatos que se anunciam
como trabalhadores, honestos e dedicadíssimos ao desenvolvimento de
Macaé, não consigo ficar no vácuo da passividade quando somos
chamados a escolher o político que vai administrar o município onde
vivemos, dispondo de um espetacular orçamento que se aproxima de R$
2 bilhões. Reavivando a memória, quem me faz refletir e aguçar
mais ainda o senso crítico sobre isso, aflorando o espírito de
cidadania, é o candidato a vereador Paulo Lessa, que em sua
insistente publicidade volante em volta do meu quarteirão, diz, em
altíssimos decibéis, que “chega de blá, blá, blá...”,
embora em eleição anterior o povo tenha entendido isso e não o
elegeu.
Pois bem,
Silvio Lopes (PSDB) também tenta voltar à política, só que agora
como vereador, cargo que lhe dá a convicção da vitória e, quem
sabe, ocupar a presidência do Legislativo, isso se Paulo Antunes não
quiser enfrentá-lo, caso reeleito. Então, lembrei-me da orientação
do ministro Ayres Brito sobre a importância do voto e a
responsabilidade que o eleitor tem de escolher bem quem vai
representá-lo no Legislativo e administrar sua cidade. E também do
ministro Marco Aurélio Mello, que, mais incisivo, chegou a dizer que
o candidato não tem o direito de evocar vida privada para se blindar
das críticas, direito inalienável no processo democrático, que se
fortalece no saudável exercício do contraditório. Então, não se
trata de perseguição, mas de responsabilidade civil.
Por isso,
precisamos nos precaver, não acreditar naqueles que já nos
enganaram, prometendo coisas que não cumpriram. Por exemplo, na
campanha de reeleição em 2000, a poucos meses da eleição, o então
prefeito, apresentando sua plataforma para 2001-2004, anunciava no
JB, textualmente:
-“Até
o início de 1997, o esgoto gerado em Macaé não sofria tratamento
algum. A partir daí, a Prefeitura começou a realizar um dos maiores
programas de saneamento básico do Estado do Rio de Janeiro,
construindo redes, elevatórias e estações de tratamento. Até o
fim deste ano, 80% do esgoto produzido no município já terá
tratamento adequado. Um avanço expressivo, que coloca o programa de
saneamento de Macaé como um dos melhores do país e demonstra o
respeito da Prefeitura ao meio ambiente e à população macaense”.
Veja o espírito de grandeza: “um dos melhores programas de
saneamento do país”. Mas não foi exatamente isso que o
prefeito Riverton herdou. Ele encontrou um equipamento de tratamento
de esgoto, pasmem, importado da Alemanha, que ficou esquecido, ao
relento, num terreno na Linha Verde. A lagoa Imboacica está lá,
assoreada e recebendo esgoto in natura; os canais que cortam a
cidade totalmente poluídos e o antes piscoso rio Macaé está
hoje assoreado, como uma nauseabunda cloaca. Pode ser que como
vereador ele ajude o novo prefeito a realizar o que prometeu e não
cumpriu. E há ainda dezessete obras prometidas, não cumpridas, que
certamente ficaram no esquecimento, mas que publicaremos na próxima
semana para refrescar a memória do eleitorado.
Isso aconteceu sob o olhar blasé da cumplicidade dos
vereadores que hoje tentam se reeleger, alguns com mais de quatro
legislaturas.
2 Comentários:
Muito oportuno o artigo ''CHEGA DE BLÁ,BLÁ,BLÁ.
O Macaé preciso de governante que leva com
responsabilidade 5 ítens;
Saúde;
Saneamento;
Segurança;
Cultura
e finalmente gerenciar esse orçamento de quase
dois bilhões anual,aplicando em defesa dos macaenses.
Uma cidade que recebe pessoas de toda parte do mundo tem que haver melhores condições para todos.
Que o novo prefeito olhe esses 5 ítens, já é um bom começo.
Abraços do velho amigo,
RUBEM ALMEIDA
BLOG MACAÉ EM PAUTA
Por Rubem Almeida, às 15 de setembro de 2012 às 12:14
A situação de Macaé é vergonhosa! Tenho vergonha de toda manhã ir ao trabalho e sentir o odor de esgoto proveniente do Rio ao longo da linha verde... e o pior... a acomodação de toda população que não se pergunta para onde está indo todo dinheiro da arrecadação dos impostos nesta cidade.
Vi uma cena assustadora... como se fosse a coisa mais normal do mundo... como não há uma solução a curto prazo para saneamento, nesta semana, neste rio do qual acabei de falar, estava sendo retirado do fundo, resíduos sólidos de esgoto e o mesmo sendo acondionado em sua margem...
O que é isso? Não dá para aguentar essa negligência. A situação está insustentável, a cada dia que passa a cidade está pior.
Por PS, às 1 de novembro de 2012 às 08:32
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