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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ESVAZIADA, DIREITA PERDEU O RUMO E BRIGA ENTRE SI

A direita brasileira, aninhada no DEM e PSDB, está atônita, com seus caciques brigando entre si à procura de uma liderança que consiga estabelecer sua unidade e definir um projeto político para se impor como oposição autêntica e coerente em face do novo governo petista.

Lula, o metalúrgico das ruidosas greves sindicais que apavorava grandes empresários com seus inflamados discursos contra o liberalismo, acabou como um grande parceiro dos capitalistas  no desenvolvimento econômico ao abrir as portas do BNDES para quem produz e oferecendo crédito fácil para uma expressiva demanda reprimida. A proposta ideológica não levou ninguém ao paraíso, mas elevou o moral de milhões de excluídos que agora podem dispor de um celular e um cartão de crédito para entrar nas catedrais do capitalismo (os shopings) e consumir.

A direita ficou sem voz e sem bandeira. Agora, depois da longa ditadura que lhe deu inspiração e sustentação centradas na Tradição, Família e Propriedade, ela se sente desamparada e sem rumo com a abertura democrática e depois de dois bem sucedidos governos petistas. Perdida e dividida, há lideres que desejam mudar de partido e outros aue veem o problema como uma questão simbólica, que basta trocar a sigla para as divergências desaparecerem e que um novo caminho surgirá. O DEM, por exemplo, já fez isso algumas vezes, pois foi Arena com força na ditadura, depois, devido o desgaste pela sua afinidade com a repressão e mantendo a mesma essência, resolveu ser PDS, PFL e, hoje, segue a mesmice, trocar o DEM  por  outra legenda, o PDB – Partido da Democracia Brasileira. Acredita, como os alquimistas medievais, poder encontrar a pedra filosofal, criar o elixir da vida e ainda, pela mágica fórmula “solv et coagula”, transmutar metais inferiores em metais superiores, como o ouro. Acredita que transferindo o “Sangue de Boi” do copo de geleia para uma fina taça vai conseguir transformá-lo num famoso francês “Romanée-Conti”, reverenciado por enólogos e enófilos de todo o mundo por seu sabor aveludado e aroma floral, que Lula, num momento de afago e concessão capitalista, não resistiu e degustou o néctar  sem nenhum remorso ideológico.

A tarefa agora dessa direita desarvorada e da impresa que lhe apoia, é tentar queimar a excelente imagem que Lula hoje desfruta no seio do eleitorado, exaltando decisões da presidenta Dilma e, em vã tentativa de comparação, insistir que ele deixou uma herança maldita com seus excessivos gastos. É o medo de Lula voltar com as eleições de 2014 ou até mesmo de 2018.

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