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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

EM TEMPO

O SUTIÃ E O CARRO: Depois de Lula dizer que “todos têm o direito de comprar seu carrinho e o primeiro sutiã”. Agora é o governador José Serra anunciando a liberação de crédito de R$ 4 bilhões para as montadores de automóveis e aproveitnado para estimular consumidor a comprar carro. Bem, de sutiã não preciso, mas para comprar carro na atual situaço é preciso ter peito.

PRÉ-SAL: Como as variações na bolsa, a euforia com a ainda incerta extensão e profundidade de óleo na camada pré-sal leva algumas autoridades a especular com valores cada vez mais altos. A primeira avaliação a Petrobras presumia entre cinco e oito bilhões de barris, depois a ANP subiu para 20 e agora já fala algo em torno de 50, podendo chegar a 100 bilhões, colocando o Brasil entre os países de maior reserva. Se é para acalmar o mercado nervoso e animar especuladores, neste momento de crise, não sabemos, mas as ações da Petrobras subiram.

PRÉ-SAL II: Tais avaliações têm fundamento, porque a medição da profundidade do reservatório já atingiu a 280 metros e não chegou ainda ao fundo. Para se ter uma noção do que isso significa, basta dizer que o óleo da Bacia de Campos fica concentrado em poços com profundidade entre 10 e 40 metros.

DIZIAM OS ANTIGOS: Reino que se divide não subsiste. Mas parece que os três pilares que sustentam nossa frágil democracia não se dão conta disso. Estão brigando entre si por causa do conhecido banqueiro Daniel Dantas, que aprofundou seu aprendizado em clássicos golpes de colarinho branco no governo FHC, em lavagem de dinheiro e crimes financeiros.

DIZIAM OS ANTIGOS II: Lamentavelmente, é da mais alta corte que, talvez por excesso de autoridade, certa dose de soberba, vaidade ou atitude voluntariosa, o espírito de harmonia e de independência entre as instituição está perigosamente entrando em processo de desagregação, e isso publicamente exposto. O ministro Gilmar Mendes (STF), de forma inusitada, concede liminar liberando Daniel Dantas da prisão, desautorizando o juiz federal Fausto de Sanctis e pondo em dúvida excelente trabalho da Polícia Federal. Depois, com apoio dos demais ministros, impede a PF de colocar algemas em bandidos exaustivamente investigados e com provas cabais de envolvimento em falcatruas. Agora, além de mandar investigar a vida de juízes de primeira instância a pedido do ministro Peluso, inverte a ordem de valores, orientando juízes a não mais citarem nos processos o nome das operações da PF, boicotando a genial criatividade dos homens da lei. Só que, neste caso, com a discordância dos sensatos ministros Carlos Ayres Britto, Marco Aurélio Mello e Carmen Lúcia.

ALDEIA GLOBAL: Os fabulosos meios de comunicação realmente transformaram o mundo numa aldeia global. Para quem quer se comunicar e dispõe dos meios, a Internet chega à mais íntima privacidade, no quarto ou na sala de qualquer um sem romper as trancas. O GPS já não deixa mais ninguém perdido ou isolado em qualquer canto do planeta. Mas, neste mundo de dualidade e relatividade, o que é bom pode ser ruim, depende de quem está por trás.

ALDEIA GLOBAL II: Mas apesar de tantos meios disponíveis e de tanta comunicação, essa geração dos fio pendurado na cabeça e fone no ouvido (iPod) caminham como robôs, olhar distante e divagando pelas ondas portadoras da música. Em casa, mas fora do lar, da relação afetiva com os seus, são extensão do computador e, refugiados em seu mundo como autistas, não querem ninguém por perto, atrapalhando. No futuro, essa geração do iPod vai encher os consultórios médicos para tratar de seus ouvidos moucos.

AS DÚVIDAS NO RETORNO: Ainda sob licença por 21 dias para um merecido descanso, o recém-reeleito prefeito Riverton Mussi Ramos é aguardado com certa apreensão em alguns setores. Embora não tenha índole vingativa e seja muito paciente, pessoas próximas afirmam que essa eleição lhe deu mais maturidade para entender melhor o jogo político, as fraquezas humanas e perspicácia para saber separar o joio do trigo. O momento para ele fora do burburinho administrativo é de profunda reflexão.

SONHO ADIADO: O sonho do jovem Aluízio Jr. foi de ser médico para salvar muitas vidas. E isso foi uma maravilha para sua família e seus conterrâneos. E como salvar vidas tem uma ampla dimensão social, ele viu que a política é um potente motor para gerar excelentes mudanças na administração pública de uma cidade, na vida da pessoa tomada isoladamente e na sociedade como um todo. Por isso, embora sabendo que o universo político é um campo minado e que exige boa dose de resignação, resolveu ele pôr em risco seu nome e privacidade assumindo o desafio de dúvida e sentir no calor da panela a real extensão de sua aceitação popular.
Feliz com a espetacular reação eleitoral, dr. Aluízio está aí com outdoors dizendo que “O sonho da mudança foi apenas adiado”. Sua expressiva votação o credencia a disputar qualquer representação política. Já no próximo ano começam os entendimentos para 2010: federal ou estadual? Seus eleitores estão ávidos para saber, certamente afinados com o que certa vez disse Abraham Lincoln: -“Quando um grupo evolui, todos os demais evoluem”.


AGORA SIM: No canal que separa os bairros Visconde e Miramar do centro da cidade, nas décadas de 50 e 60 muitos pescadores como Arenari, Alan Birosca, Armandinho Solon, Bebeto Bacelar, Baeca, Guilherme Barbante e outros iam pegar piabas, excelente isca para a pesca de robalo que abundava em nosso rio, em pontos bastante freqüentados como a murada da Rua da Praia e as pedras da Pororoca.
A cidade cresceu e, na falta de rede de esgoto e com o constante lançamento de óleo pelas firmas, o canal acabou se transformando numa cloaca a céu aberto. Demonstrando falta de conhecimento técnico, o secretário de obras do ex-prefeito, que esteve doze anos no poder, instalou uma dispendiosa bomba de sucção no Botafogo que de nada adiantou, por causa das manilhas de pequeno diâmetro existentes nas várias passagens de nível. Agora, o prefeito Riverton está retirando essas manilhas para uma solução definitiva.

OS HERÓIS: Visto pelos conservadores como o mais experiente e profundo conhecedor de política externa por ser considerado um grande patriota herói de guerra, McCain já vinha pondo as unhas de fora em campanha, ao propor a exclusão da Rússia do G-20.
Como piloto de um poderoso caça, despejava toneladas de bombas napalm sobre pobres vilas de vietnamitas. Embora derrubado e preso, não foi fuzilado. Treinados nas mais famosas academias e dispondo do que havia de mais sofisticado em tecnologia bélica, mesmo assim sairam do Vietnam com o rabo entre as pernas, derrotados por raquíticos vietcongs, enfiados em estreita rede de túneis, sob o comando do genial Giap.

HERÓIS: Foram Nelson Mandela, enfrentando o violento racismo dos brancos, a tortura e 28 anos de prisão, para finalmente ser o primeiro presidente negro da África do Sul; herói foi Mahatma Ghandi, que libertou seu país do perverso e poderoso domínio inglês apenas com a força de seu espírito, a firmeza de seu caráter e de sua pregação pela não violência; herói foram os negros assassinados e mortos pela Ku Klux Klan como em fogueiras da inquisição; heróico foi o discurso do pastor protestante Martin Luther King com seu sonho de que “um dia os negros americanos seriam julgados pelo seu caráter e não pela cor de sua pele”.

O VELHO DISCURSO: Apesar de mostrar de mostrar agilidade em adotar medidas para salvar bancos, empresas, indústria e ainda liberar recursos para garantir a futura safra agrícola, a oposição, sem nada consistente para reclamar, critica o governo Lula pelos gastos. O mesmo aconteceu com Roosevelt em 1933, quando estabeleu o New Deal e lançou seu plano de obras públicas, criando muitos empregos. Seus opositores protestaram contra o crescimento do gasto público. Aqui, eles não querem que o governo abra vagas de trabalho para o funcionamento expansão do ensino público e de centenas de escolas técnicas e Senai em construção e implantação.
Não elogiam o governo pelos 1,9 milhão de empregos criados com carteira assinada em apenas nove meses deste ano, enquanto FHC só conseguiu 1,8 milhão em seus oito anos.

OS AFOITOS: A economista Conceição Tavares chamou de “malandros” os exportadores que especularam com o dólar na expectativa da valorização do real. Lula chegou a culpá-los pelas dificuldades que o país atravessa, acusando-os de entrar na “jogatina” para ganhar ainda mais no mercado de derivativos (contratos futuros), mas que deram com os burros n`água. É a ganância do livre-mercado que o capitalismo estimula, porque capitalista e especulador não têem pátria.

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