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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O AGUILHÃO PENETRA FUNDO NA ÉTICA DA OPOSIÇÃO

As imagens são contundentes e convincentes, dispensam as maracutaias verbais entre o governador Roberto Arruda e seu secretariado com Durval Barbosa, responsável pela intermediação dos negócios escusos entre o governo do Distrito Federal e empresários. Nem com muita arruda nas orelhas e os três advogados contratados com capciosos ardis e subterfúgios poderão livrar o governador do severo julgamento popular.

Se esse caso acontecesse nos Estados Unidos, a execração pública provocaria perda de mandato e cadeia, na certa. No Japão, pior, a vergonha de encarar a opinião pública poderia, como antigos samurais, levar o corrupto ao suicídio. Aqui, conhecendo bem as entranhas da rede que ajudou a montar, os benefícios que ela concedeu aos aliados e o tal vício da amizade, o governador Arruda sente-se à vontade para ameaçar, a jogar merda no ventilador se o deixarem sozinho com a culpa. Foi isso que levou o jovem deputado Rodrigo Maia, presidente nacional do DEM a diminuir seus arroubos moralistas e pedir prudência aos seus aliados na análise do caso.


A Caixa de Pandora foi aberta e agora a oposição (DEM, PSDB e PPS) terá que descer dos sapatos altos e, envergonhada, calçar as sandálias da humildade e tentar purgar seus pecados políticos, sabendo agora, com muita dor, que quem ferro fere pode ser ferido.

As negociatas do DEM vêm de longe (2006), registradas em 300 horas de gravação, desde quando, com apoio da imprensa tendenciosa, assoalhava, com estardalhaço, o mensalão do PT.

Quando o presidente Lula, à distância, lá em Portugal, diz que “a imagem não fala por si”, ele apenas quis evitar uma crítica severa antes que as autoridades competentes falem no processo.

Mas O Globo, em manchete de primeira página, dolosamente extrai essa frase de seu pequeno pronunciamento e tenta criar a imagem de que o presidente Lula é frouxo em relação à ética, com a conotação de que está habituado a esse jogo de cartas marcadas. Para não amenizar a campanha que vem sendo feita contra sua popularidade, só faltou dizer que ele concorda com a corrupção eleitoral.


A época em que a elite manipulava o voto de cabresto para manter o poder cartorial e o latifúndio já vai longe, graças à ousadia do trabalhismo de Getúlio Vargas, mas que tem ainda voz no Congresso Nacional através de figuras que têm origem na UDN e seguiu apoiando a ditadura através da famigerada Arena, depois PDS, PFL e agora DEM. Mudaram tanto de sigla que, desarvorados, perderam o rumo da história que o país começa a construir com uma política mais independência e centrada no oprimido, como governo petista vem conseguindo implantar. O medo deles é a eleição de Dilma Rousseff e a consolidação desse espírito de governabilidade, apesar dos aloprados, dos invejosos e inconformados com o “jamais na história deste país...”

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