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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

PARA ONDE VAMOS?

Foi o título do maciço tijolaço que o ex-presidente Fernando Henrique plantou na edição de domingo (1/11) no jornal O Globo, onde se aninha a tropa de choque do pensamento crítico da direita, atordoada e encostada nas cordas pelos indefensáveis ganchos de esquerda desferidos pelo governo Lula.

Não são exatamente as pessoas de bom senso, com diz FHC, que haverão de se perguntar: “para onde vamos?”. Ora, não é necessário ser sociólogo ou refinado marqueteiro para explicar a razão pela qual o ex-torneiro-mecânico tem 80% de aprovação popular e ainda, de lambuja, ser o mais elogiado presidente entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Isso incomoda, irrita e causa inveja aos políticos do DEM e do PSDB que, sem rumo e angustiados, como antigos pagãos gregos em Delfos, devem ter procurado seu oráculo FHC para uma resposta à crucial indagação às portas da disputa eleitoral: “afinal, para onde vamos, sagrada pitonisa?”

Dois fatos importantes deixaram os oposicionistas grilados com Lula: ao contrário de outros presidentes vizinhos, não se deixar seduzir pelo poder e de se influenciar pela popularidade, resistindo à tentação de um novo mandato, não seguindo o exemplo de FHC; outro, de fundamentação nacionalista, seguir lutando pela preservação da riqueza do pré-sal, ao contrário do que FH fez com a tal flexibilização da Petrobras, atendendo interesses de multinacionais.

Na contramão da evolução econômica do país e certamente para perplexidade do empresariado que vem recebendo forte apoio e incentivo do governo, FHC, como naja indiana, destila seu veneno. Ataca os movimentos sindicais, acusa os fundos de pensão de se tornar instrumento de poder político e coloca como um alerta à maluca hipótese de o PT pretender estabelecer no Brasil uma espécie de subperonismo lulista, uma idéia que se camufla com a sedutora e, às vezes, hilariante forma de o presidente se comunicar, como gosta o povão, atropelando o formalismo dos acadêmicos.

Bem, como bem disse o deputado petista José Eduardo Martins Cardoso, “a inveja é um sentimento humano e, como tal, deve ser compreendida. Esse artigo (de FHC) é mais para ser lido no divã de um analista do que por um cientista político”.

E a caravana continua passando, levando como passageira, para horror deles, uma ex-guerrilheira rumo ao Planalto, com a matilha correndo atrás em altos latidos tentando alcançaá-la. Se a resposta do oráculo às apreensões da direita é aquela que saiu n`O Globo, vai continuar havendo choro e ranger der dentes entre os paladinos do neoliberalismo.

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