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quarta-feira, 1 de julho de 2009

LULA PROVOCA MAL-ESTAR

Fica cada vez mais evidente o mal-estar que o Presidente Lula causa à oposição e à grande imprensa conservadora. Seus representantes no Parlamento (PSDB e DEM) e a elite que sempre esteve à frente do poder não conseguiram ainda entender como um pau-de-arara vindo da rústica caatinga, um simples torneiro-mecânico sem educação formal superior e com aquela antiga imagem de sindicalista barbudo, revoltado e agitador, possa ser elogiado e prestigiado por instituições econômicas e altas autoridades e lideranças políticas mundiais em razão de seu estilo flexível e humano de governar, o “cara” que, apesar da crise que levou nações desenvolvidas ao fundo do poço, conseguiu estabelecer sólidos fundamentos que protegem hoje seu país e ainda garantir o alimento na mesa de milhões de famílias que sobrevivem nos rincões e na periferia das cidades.

Apesar das ácidas ironias de comentaristas e analistas de direita daqui, Lula ainda pode falar com autoridade e orgulho que “nunca antes na história deste país” a taxa de juros básicos tenha chegado a um percentual tão baixo como agora (9,25%) e, num momento de quebradeira geral, ainda liberar US$ 10 bilhões de empréstimo ao famigerado FMI, que tanto combateu nas manifestações sindicais de rua.

E enquanto o governador paulista, José Serra, diz que a administração do presidente é equivocada, assim como a grande imprensa faz tudo para desgastar sua imagem, a britânica revista “The Economist” diz que “o Brasil foi um dos últimos países a entrar em recessão e poder estar entre os primeiros a sair dela”. Tal percepção se coaduna com o efeito “marolinha” da crise que Lula, em seu estilo irreverente leve e solto, havia previsto para tranquilizar o “senhor” mercado, já que o país dispunha de uma reserva de mais de US$ 200 bilhões e o BNDES com recursos suficientes para socorrer empresas e investir em infra-estrutura, além de poder flexibilizar políticas fiscal e monetária para estimular a atividade comercial e a produção.

Mas nossos analistas econômicos, apelidados por Lula de palpiteiros, viam nessa postura apenas arrogância, apostando numa profunda recessão e numa contração de 2,5% do PIB no fechamento do trimestre. Erraram feio, pois foi de apenas 0,8%, sinalizando que o meio empresarial e o mercado, vencido o medo, passaram a acreditar que o governo não estava blefando. A revista britânica, pelos dados que acompanha, acredita também nisso, enquanto os seguidores de FHC só têm olhos para 2010, quando tudo farão para pegar novamente o poder, com o terrível medo de ver Dilma Rousseff chegar lá e, evocando seus ideais guerrilheiros, impor um estilo mais duro em relação à corrupção e aos privilégios da atrasada oligarquia política que domina o Congresso.

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