quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Está
na hora de o eleitorado macaense dizer o que espera do próximo
prefeito ou de apontar as falhas das administrações municipais para
serem corrigidas a partir de 2013, quando o orçamento deverá chegar
perto de R$ 2 bilhões, que se iguala ao da cidade de Campinas, com
mais de um milhão de habitantes. Participe, enviando para cá
(www.armandobb@uol.com.br)
sua mensagem, porque o berro é livre, mas com responsabilidade.
CHEGA DE BLÁ, BLÁ, BLÁ
No
momento das ruidosas campanhas eleitorais, quando nossos ouvidos são
profundamente afetados pelas promessas dos candidatos que se anunciam
como trabalhadores, honestos e dedicadíssimos ao desenvolvimento de
Macaé, não consigo ficar no vácuo da passividade quando somos
chamados a escolher o político que vai administrar o município onde
vivemos, dispondo de um espetacular orçamento que se aproxima de R$
2 bilhões. Reavivando a memória, quem me faz refletir e aguçar
mais ainda o senso crítico sobre isso, aflorando o espírito de
cidadania, é o candidato a vereador Paulo Lessa, que em sua
insistente publicidade volante em volta do meu quarteirão, diz, em
altíssimos decibéis, que “chega de blá, blá, blá...”,
embora em eleição anterior o povo tenha entendido isso e não o
elegeu.
Pois bem,
Silvio Lopes (PSDB) também tenta voltar à política, só que agora
como vereador, cargo que lhe dá a convicção da vitória e, quem
sabe, ocupar a presidência do Legislativo, isso se Paulo Antunes não
quiser enfrentá-lo, caso reeleito. Então, lembrei-me da orientação
do ministro Ayres Brito sobre a importância do voto e a
responsabilidade que o eleitor tem de escolher bem quem vai
representá-lo no Legislativo e administrar sua cidade. E também do
ministro Marco Aurélio Mello, que, mais incisivo, chegou a dizer que
o candidato não tem o direito de evocar vida privada para se blindar
das críticas, direito inalienável no processo democrático, que se
fortalece no saudável exercício do contraditório. Então, não se
trata de perseguição, mas de responsabilidade civil.
Por isso,
precisamos nos precaver, não acreditar naqueles que já nos
enganaram, prometendo coisas que não cumpriram. Por exemplo, na
campanha de reeleição em 2000, a poucos meses da eleição, o então
prefeito, apresentando sua plataforma para 2001-2004, anunciava no
JB, textualmente:
-“Até
o início de 1997, o esgoto gerado em Macaé não sofria tratamento
algum. A partir daí, a Prefeitura começou a realizar um dos maiores
programas de saneamento básico do Estado do Rio de Janeiro,
construindo redes, elevatórias e estações de tratamento. Até o
fim deste ano, 80% do esgoto produzido no município já terá
tratamento adequado. Um avanço expressivo, que coloca o programa de
saneamento de Macaé como um dos melhores do país e demonstra o
respeito da Prefeitura ao meio ambiente e à população macaense”.
Veja o espírito de grandeza: “um dos melhores programas de
saneamento do país”. Mas não foi exatamente isso que o
prefeito Riverton herdou. Ele encontrou um equipamento de tratamento
de esgoto, pasmem, importado da Alemanha, que ficou esquecido, ao
relento, num terreno na Linha Verde. A lagoa Imboacica está lá,
assoreada e recebendo esgoto in natura; os canais que cortam a
cidade totalmente poluídos e o antes piscoso rio Macaé está
hoje assoreado, como uma nauseabunda cloaca. Pode ser que como
vereador ele ajude o novo prefeito a realizar o que prometeu e não
cumpriu. E há ainda dezessete obras prometidas, não cumpridas, que
certamente ficaram no esquecimento, mas que publicaremos na próxima
semana para refrescar a memória do eleitorado.
Isso aconteceu sob o olhar blasé da cumplicidade dos
vereadores que hoje tentam se reeleger, alguns com mais de quatro
legislaturas.
ZEZÉ ABREU
E o jovem radialista e empresário, hein? Depois de veementes
críticas sonoras à administração municipal pelas ruas da cidade,
de repente, o “Fala Zezé” recolheu-se a um suspeito silêncio,
causando profunda frustração aos seus seguidores. Muitos já andam
dizendo que ventos do Palácio Laranjeiras sopraram por aqui. Sem uma
explicação convincente, fica a dúvida.
Pulando fora da luta por uma Macaé melhor, certamente optará por um
novo caminho. Apoiando a coligação Christino-Riverton-Silvio Lopes,
ficará numa situação muito incômoda em razão das críticas que
vinha fazendo e da perda de credibilidade (difícil de construir,
fácil de perder), valor imensurável. Se optar por Aluízio, poderá
continuar disparando seus torpedos, em coerência com a linha que
vinha adotando. É esperar para ver o que vai acontecer. Espera-se
que ele não queime mais ainda seu filme. Seu locutor Reginaldo,
candidato a vereador na chapa, ficou uma fera com essa decisão.
BRITÂNICOS E AMERICANOS: A LIBERDADE QUE NOS INTERESSA
Estão eles sempre a criticar países latinos alegando falta de
liberdade em relação à imprensa, que eles dominam (quem detém a
informação detém o poder). Historicamente invasores e dominadores
com o poder de suas armas para manter sua exploradora economia na
vanguarda, agora que o jovem fundador da WikiLeaks, Julian Assange,
devassou e divulgou sinistros segredos diplomáticos, americanos e
ingleses, em comum interesse, ameaçaram invadir representação
diplomática do Equador em Londres para prendê-lo, numa flagrante
violação à Convenção de Viena e tratados internacionais.
Assange expôs o que já sabemos:
as embaixadas americanas são, na verdade, uma extensão da CIA em
seu incansável trabalho de espionagem. Parabéns ao presidente
equatoriano Rafael Correa pelo
asilo concedido a Assange e pela firmeza na resistência aos
britânicos.
Os Estados Unidos não podem mais criticar Cuba pela falta de
liberdade e por crimes contra a pessoa, porque continua torturando
prisioneiros em Guantánamo e agora mantém preso, sob abusos e
humilhações, sem julgamento ainda, o soldado que colaborou com
Julian Assange.