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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A CIA POR TRÁS DE MICHELETTI

Há algo suspeitíssimo na rígida postura do golpista hondurenho Roberto Micheletti, que ousa ameaçar o Brasil e ainda impedir a delegação da OEA de entrar em seu país em busca de uma solução para o golpe que apeou do poder um presidente eleito pelo povo. Aliás, a suspeita aumenta quando o próprio embaixador americano na OEA acusa Zelaya de tolo e irresponsável ao retornar ao país.

A evidência de que não seria ele tão arrogante e determinado se não estivesse escudado em alguma força superior, leva-nos a deduzir que o longo braço do Pentágono (mano militari), através da CIA, se faz presente ali de forma dissimulada, apoiando com dólares e sua ardilosa logística orientando o passo a passo do golpe de direita. Só não enxerga isso certos jornalões e a oposição, que sempre procura algo para desgastar a imagem do governo brasileiro.

O fato é que os americanos estão preocupadíssimos com a expansão de governos de esquerda pelo continente e que, graças às riquezas naturais, ao crescimento vertiginoso do parque industrial, à evolução tecnológica e ao espírito empreendedor do jovem empresariado latino, já não mais misturam questões ideológicas com as necessidades do mercado globalizado, seja em que língua e linha for. A chamada guerra fria passou. A época dos governos militares, seduzidos e convencidos pelos americanos com o sentimento místico do “Deus, Pátria Família e Liberdade” de que abrir comércio com a ex-União Soviética, por exemplo, era por em risco os princípios cristãos, muito bem manipulados pela igreja oficial com sede em Roma.

Fatos recentes na história de dependência de Honduras ao poder americano são provas contundentes dessa situação. Basta lembrar que tão logo Anastásio Somoza, ditador apoiado pela CIA por mais de 40 anos, foi derrubado do governo nicaragüense pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o vizinho Honduras se ofereceu como base para que os “Contras”, rebeldes apoiados pela cúpula da Igreja Católica, financiados e armados pelos Estados Unidos, combatessem o governo que tinha Daniel Ortega como chefe. Os recursos para esse movimento de direita vinha das vendas de armas para o Irã que a CIA fazia numa vinculação com Israel, que gerou o escândalo Irã-Contras no governo Ronald Reagan.

Então, novamente a elite hondurenha se coloca ao lado dos Estados Unidos para tentar sustar a influência do eixo com visão socialista, como Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia, Argentina e, de certa forma, do Brasil, que abrem mercados com o mundo todo e desejam explorar suas riquezas em favor de seus países.
É estranho em nosso país professor de filosofia, como Denis Lerrer Rosenfield, acusar o presidente Zelaya de conspiração por propor uma consulta ao povo sobre a possibilidade de uma mudança na Constituição, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) conseguiu aqui e ganhou um segundo mandato. Os filósofos gregos antigos buscavam a sabedoria, mas algumas mentes iluminadas daqui preferem ficar ao lado dos punhos rendados da elite. Bastaria o povo dizer sim ou não. Ora, quem pode dois pode três.

Os Estados Unidos, que têm uma base em Cuba, já invadiram o Panamá, a pequena Granada, o Iraque e estão no Afeganistão e ainda mantém tropas em muitos países da América do Sul e com a CIA interferindo em seus negócios, vão ter que entender que o mundo mudou, os tempos são outros.

EM TEMPO


ACASALANDO: A Primavera se manifesta multicolorida e os pássaros alegram mais ainda o ambiente com seus voleios de acasalamento numa disputa procriadora. Belos sinais de vida que segue. Assim como a lua que inspira poetas e amantes, é saudável prestar atenção na natureza ao nosso redor, mesmo nessas árvores que embelezam meu quintal, visitadas por borboletas, estridentes cigarras e muitos pássaros com seus belos cantos.

IPVA CARO: O nosso representante na Assembléia, Glauco Lopes (PSDB), bem que poderia usar a tribuna para estimular os demais deputados a questionar o alto valor do IPVA. Além dos 4% sobre o valor do veículo, do seguro DPVAT, de uma tal taxa DAD e do licenciamento anual cobrados pelo Detran, o governo não faz depreciação. Exemplo: um Fiesta 2002, adquirido por R$ 15 mil em 2005, hoje valendo cerca de R$ 10 mil, foi taxado em 2009 pelo valor de compra em 2005. Total: R$ 824,30.

DESEMPREGO: A empresa Techint fechou seu canteiro em Macaé. Até dezembro, seus 700 empregados serão aproveitados em outra firma, mas em janeiro deverão ser demitidos. A Mendes Júnior, com seus 2.000 empregados, também na mesma situação, depois de alguns ajustamentos em contratação feitos pela Petrobras. Desse efetivo, talvez apenas 10% a 12% sejam de macaenses. Como há previsão de volumosos investimentos na área, pode ser que esse pessoal seja aproveitado em novas firmas.

PAULO ANTUNES: Presidente da Câmara Municipal, foi o autor da proposta que incluiu no Código de Urbanismo, há poucos dias aprovado, o gabarito de 20 m de altura para edificações na orla dos Cavaleiros, inclusive aumentando sua extensão, indo do trevo da Petrobras até o Loteamento Morada das Garças. Pessoas preocupadas com o meio ambiente, o adensamento populacional e a estética dizem que foi um golpe no projeto urbanístico.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

FALTA ALMA À NOSSA EDUCAÇÃO

A educação formal, emulativa e individualista, com ênfase na preparação intelectual da juventude para atender as exigências do mercado, não passa de um adestramento a serviço do sistema capitalista, algo como a reposição de peças na grande engrenagem que visa tão somente gerar riqueza material, o lucro, que em grande parte vem da mais-valia, ou seja, da diferença entre o valor produzido pela força de trabalho e o salário pago ao trabalhador, cientifica e exaustivamente já explicado pelo socialismo.

Falta a esse sistema o viço da vida, a alma que anima, a seiva que o artesão não tem como inserir na flor plástica que acabou de confeccionar. Exemplo marcante dá para ver da recente apuração que o Tribunal de Contas da União (TCU) fez em relação ao calote de muitos milhões de reais dado por dezenas de brasileiros que ganharam bolsas para realizar um sonho que, sem ajuda do governo, ou melhor, do dinheiro do contribuinte, não seria possível: doutorado, mestrado e pesquisas no exterior. Privilegiados, foram, concluíram seus cursos, por lá ficaram com bons empregos em indústrias e universidades, alguns casados, sem dar nenhuma explicação ao governo e nenhum retorno do que aprenderam ao seu país.

Nas escolas que frequentaram por aqui não foram estimulados a aprofundar o sentimento de solidariedade, a buscar um ideal mais nobre, de ajudar sua pátria a se desenvolver, de colocar seus conhecimentos a serviço de seu povo. É da moral utilitarista, ou do pragmatismo equivocado, que tem como critério da verdade o valor prático.

Então, o Brasil deu educação formal e financiou esses bolsistas para, depois de suas especializações, virarem as costas para sua origem e aplicar seus conhecimentos em países desenvolvidos. Uma injustiça, falta de amor à terra e ao povo que luta pela ascensão social. É da questionável moral pragmática essa postura (a decisão mais vantajosa), que tem como critério da verdade o valor prático, como pode ser interpretado pelo que explicou uma oceanográfica, com PhD pelo Massachussetts Institute Technology: -“Andei falando com advogados no Brasil e me aconselharam a deixar para lá. Ia ser uma negociação muito longa e desgastante”.

Ora, se o Brasil (CNPq) não consegue fazer com que essa oceanográfica privilegiada pague sua dívida original de R$ 456 mil (passa hoje de R$ 918 mil), mesmo tendo assinado contrato com cláusula de retorno, há que se buscar mecanismo burocráticos e jurídicos mais eficazes, porque esse dinheiro faz falta em nossas escolas de ensino fundamental.

EM TEMPO

CÂMARA CONTRA PLANO DIRETOR
Por unanimidade, a Câmara Municipal de Macaé aprovou novo Código de Urbanismo, contrariando, em alguns itens, diretrizes estabelecidas pelo Plano Diretor para melhoria da infra-estrutura da cidade. Equipe técnica da Prefeitura estudou por meses novas melhorias urbanísticas com a implantação desse código, como a redução do gabarito das edificações e o sério problema do adensamento em áreas nobres, corrigindo alterações introduzidas na Lei de Zoneamento n° 1.959/99 pelo governo Sylvio Lopes, passando de três para seis andares o gabarito dos edifícios na orla dos Cavaleiros, sem se preocupar com a falta de rede sanitária e de uma estação de tratamento de esgoto.


CÂMARA CONTRA II: Lamentavelmente, em última hora, um vereador apresentou indicação voltando ao que o ex-prefeito Sylvio havia conseguido junto à Câmara para atender a especulação imobiliária e, mais grave, incluindo dois itens que expandem a área de interesse. Um deles diz que “na área compreendida entre a Av. Atlântica e a Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), entre o Trevo da Praia Campista e o final do Loteamento Morada das Garças, inclusive, não será aplicado o coeficiente de aproveitamento, sendo o gabarito máximo de altura igual a 20m, contado a partir do nível do eixo da via. Já na Ilha da Caieira e no Loteamento Mirante da Lagoa, onde só há casas de um a dois pavimentos, o gabarito eleva para três.

CÂMARA CONTRA II: O Plano Diretor, recentemente também aprovado pela Câmara, estabeleceu diretrizes para o macrozoneamento da cidade. Uma delas visa limitar o adensamento vertical na orla, estabelecendo parâmetros que garantam a ventilação entre as edificações, especialmente nos terrenos de frente para a praia.Como se vê, entre a melhor qualidade de vida e a estética da cidade a Câmara achou melhor atender a especulação imobiliária. Espera-se que o prefeito Riverton Mussi Ramos, sendo macaense da gema, sancione o novo código vetando as duas suspeitas indicações.

DELFIM NETTO: Chamado de o “czar” da economia pelo poder que exercia nos tempos ditatoriais e que um dia chegou a dizer seria preciso esperar o bolo crescer para depois distribuir, hoje, sem nenhum medo da direita empedernida, afirma com convicção: -“O Lula mudou o país de forma a salvar o capitalismo”.

DELFIM NETTO II: Foi mais longe em sua análise, para horror dos seguidores da ideia minimalista de Roberto Campos: -“Criou-se a mitologia de que o mercado era perfeito, resolveria sozinho qualquer problema. O mercado precisa de regras. Não há mercado sem Estado forte, justamente para garantir seu funcionamento”.

DELFIM NETTYO III: E para ridicularizar a soberba dos economistas e das organizações que tudo sabem e se arvoram a ditar regras, cita a postura do então “mandarim” da economia americana, Alan Greenspan: -“Ele dissec que não entendia o que estava acontecendo. Meu Deus, ele era o Fed (Banco Federal). Por definição, era o repositório de todo o conhecimento econômico dos últimos 250 anos”.

DELFIM NETTO IV: E para encerrar, sobre o mérito do presidente Lula, um ex-metalúrgico que faria milhares de empresários irem embora do país se eleito fosse,, segundo Amaro Amato, então presidente da Fisp: -“O Lula foi o primeiro economista a dizer que, se todos procurassem por liquidez, morreríamos por excesso de liquidez. Os economistas mais sofisticados ironizaram isso. O que ele queria dizer era que o pânico não era parte da solução, mas o problema”.

CONTRADIÇÕES RACIALISTAS: A raiz do problema da desigualdade em nossa sociedade não está na questão racial, mas na falta de oportunidade de ascensão social para todos, que se dá através de ensino de qualidade, de moradias dignas e saúde. Mas algumas correntes do PT e ONGs pensam diferente, como o deputado Vicentinho, que incorpora no Estatuto da Igualdade Racial equivocadas idéias, como a de oficializar um “hino aos negros” e a estabelecer cotas para atores negros em TV, cinema e peças de marketing.

ELEIÇÃO NO PT: Cogitam-se mudanças na liderança do diretório do PT em Macaé. O jovem professor Carlos Augusto (Guto), filho da vice-prefeita Marilena Garcia, é o nome que está sendo articulado par a presidi-lo. Base intelectual e visão não lhe faltam. Resta saber se tem flexibilidade para o embate dialético.

A HISTÓRIA SE REPETE: Como, segundo Marx, a História só se repete como tragédia ou como farsa, as administrações públicas, federal, estaduais e municipais precisam agir em relação ao sério problema migratório, uma terrível herança da ditadura, que derrubou Goulart e a Lei da Reforma Agrária, que manteria o homem no campo.

A HISTÓRTIA SE REPETE: Na antiga Roma, a escravidão (decorrente das conquistas) gerou muito desemprego na zona rural e os camponeses foram obrigados a migrar para a periferia das cidades em busca de melhor condição de vida, acabando por gerar graves problemas sociais. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados (a voz rouca das ruas), o Imperador criou a política do “Pão e Circo”. Abriu acesso ao Coliseu para o povo assistir a feroz luta dos gladiadores e ali também distribuir alimento.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CASIMIRO COMEMORA SEUS 150 ANOS DE EMANCIPAÇÃO

Os 170 anos de nascimento do jovem poeta da terra das “palmeiras onde canta o sabiá” foi comemorado como os antigos saraus em tempos imperiais, com cantos líricos do século XVIII e poesias, na casa onde Casimiro de Abreu viveu o melhor de sua infância querida, em plena harmonia com a bela natureza de Barra de São João.

No mesmo concorrido evento no dia 14, terça-feira, foi também apresentado pelo prefeito Antonio Marcos Lemos Machado um selo em homenagem ao poeta e aos 150 anos de emancipação político-administrativa do município, que os Correios vão distribuir em todas suas agências pelo Brasil, uma iniciativa do deputado Alcebíades Sabino através de projeto aprovado pela Assembléia Legislativa, com arte gráfica da desingner Susanne Reimann, uma suíça que se radicou em Barra e não quer mais deixá-la.

O distrito de Barra de São João ainda preserva algumas riquezas naturais da velha Indaiaçu (Casimiro) que empolgaram a alma do poeta, com sua bela restinga, o casario e o rio com seus manguezais, onde bandos de garças fazem seus ninhais e se ouve o canto de capoeiras ecoar ao cair da noite, uma espetacular atração do bar “Por do Sol”, onde Walter e sua simpática e acolhedora família sabem oferecer pratos saborosos de peixes pescado em sua costa.

CAMINHO DAS INDIAS

Terminou a novela que manteve altos índices de audiência e que nos capítulos finais causou muita expectativa em relação ao desfecho romântico e ao castigo que Ivone merecia.

A autora Glória Pires soube balançar a antiga tradição do sistema de castas (Brâmanes (nobres e sacerdotes), Xátrias (guerreiros), Vaixias (camponeses e comerciantes) e Sudras (escravos), expondo suas contradições, sua complexa cultura religiosa, a idolatria, o amor ao dinheiro, o desrespeito à individualidade e as perversidades sociais, que tratam os dalits como o cocô do cavalo do bandido. Mahatma Gandhi um dia tentou dar novo sentido a essa antiga cultura, liderando com muita humildade, paciência e disciplina para lutar pela independência do domínio britânico, resistindo com a desobediência civil a arrogância inglesa e adotando a não violência. Das esquisitices, escaparam o respeito que devotam aos mais velhos e a afeição familiar.

E não vai ser com muitas lamparinas acesas que alcançarão a visão iluminista dos direitos do cidadão e nem com muitas oblações à Brahma, o deus criador, nem a Vishnu e muito menos a Shiva, que haverão de entender que o amor ao próximo ensinado pelo cristianismo é muito mais importante do que o culto à vaca.

O rio Ganges, que desce das montanhas geladas do Himalaia, não tem também nada de sagrado e suas poluídas águas não conseguem tirar os pecados e nem e curar doenças, como acreditam. O que ele faz de bom é fertilizar suas margens para alimentar a produção de cereais e legumes, mas também afetar a saúde de 400 milhões que vivem em suas margens.

Mas a nossa bela Vera Fischer (Chiara), um dia, em crise existencial, foi também se banhar nos Ganges e disse que se sentiu limpa e leve. Acreditou quem quis.

EM TEMPO

PARA LULA REFLETIR: Por falar em Mahatma Gandhi e pensando na luta do presidente Lula pela conquista do petróleo do pré-sal, lembremos: durante a dominação da Índia, pelos britânicos, por mais de três séculos, os hindus, moradores da região banhada pelo oceano Índico, eram proibidos de produzir sal. A produção e a comercialização eram monopólio inglês. Foi com a desobediência civil de milhares deles que, sob a violência dos “civilizados”, reagindo apenas com a firmeza da não violência provocativa, que conseguiram acabar com esse domínio.

PARA LULA II: Ainda sobre Mahatma, mas em relação ao jornalista do Ali Kamel, do jornal O Globo: -“ A minha preocupação não está em ser coerente com as minhas afirmações anteriores sobre determinados problemas, mas em ser coerente com a Verdade”.
E mais: -“Minha devoção à Verdade empurrou-me para a política; e posso dizer, sem a mínima hesitação e também com toda a humildade, não entendem nada de religião aqueles que afirmam que ela não tem nada a ver com a política”.

MARINA ATRAPALHA: Entendimentos que Gabeira vinha costurando com o governador José Serra, com a possibilidade de ceder espaço no palanque do PV no Rio de Janeiro, já perdeu o fio da meada com a entrada da senadora Marina Silva no Partido Verde. O PSDB quer agora lançar Zito a governador. Enquanto isso, Lindberg Faria, prefeito petista de Nova Iguaçu, continua disputado com o governador Sérgio Cabral a preferência de Lula. O jovem deve estar jogando por cima para ganhar outra candidatura, talvez o apoio para o senado.

PHYDIAS BARBOSA: Depois de um workshop realizado em Boston no mês de julho, o cineasta está agora em Macaé com outro, programado para o período de 26 de setembro a 31 de outubro. “O Cinema pela Ótica da Produção” vai ser na Faculdade de Filosofia de Macaé, aos sábados, de 9h às 15h. Ligue logo para 9876-2555 ou faça contato através de phydiasb@hotmail.com, porque o número de vagas é limitado.

ESPÍRITO DA COISA: Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio já havia suspenso, há alguns anos, os efeitos de uma lei que criava gratuidade de estacionamento para maiores de 60 e deficientes físicos, mas o deputado Glauco Lopes (PSDB) não deu bolas para a Constituição e tentou trazer de volta o esdrúxulo benefício, simplesmente aumentando a idade para 65 anos. Claro, nova derrota.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

QUEREM SALGAR A POLÊMICA DO PRÉ-SAL

A insistente e contundente postura da oposição a tudo que o governo Lula faz e agora na polêmica do pré-sal coloca-a na seguinte situação: ter que decidir de que lado está – do Brasil ou das multinacionais. Na essência, a questão é essa, crua e nua, que os neoliberais tentam adornar com sofismas que aparentam seriedade e profundo respeito aos princípios que regem a competitividade num mercado com ampla liberdade, sem a tutela do Estado, como propôs Addam Smith.

Desses que defendem livre mercado não se ouve nenhuma pronunciamento crítico no Congresso em relação aos bilhões de reais que o país perde por causa das sobretaxas e dos subsídios que o governo americano impõe aos nossos produtos. O caso do algodão está aí. O governo brasileiro tentou várias formas de negociação em defesa da indústria nacional, mas os Estados Unidos não cederam. Foi obrigado a recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), que lhe garantiu o direito de retaliação. Onde estão os deputados e senadores que apregoam a liberdade de negócio e a competitividade? Certamente não se lembram mais do que disse o diplomata americano Linconl Gordon na década de 60, quando questionado pela esquerda brasileira: - Os Estados Unidos não têm amigos, têm interesses.

Pois é, o presidente Lula tem também interesses a preservar para o futuro de nossas gerações, que o capitalismo não vai conseguir atender se não houver um Estado forte para proteger suas riquezas e atenuar perversa “mais valia”, como bem explicou Marx em sua excelente obra “O Capital”. E a crise que aí está, a segunda depois da de 1929, foi justamente pelo excesso de liberdade, contrariando o que dizia o notável discípulo de Addam Smith, Roberto Campos: “o mercado se ajusta, se arruma sozinho”. E Paul Krugman, Nobel em economia, se pergunta: Como os economistas erraram tanto? E afirma: Nem os defensores do livre mercado previram a crise. Chegando a concluir que agora: Eles têm de admitir - e isso será difícil para quem ria de Keynes – que a teoria keynesiana é a melhor que temos para compreender recessões e depressões.


E o ex-metalúrgico presidente mostrou mais competência nisso do que o famigerado acadêmico Fernando Henrique e seus seguidores. Deixou o país tão bem blindado que a crise não fez um estrago tão profundo e extenso quanto nos países desenvolvidos, a ponto de ainda poder conceder apoio financeiro ao perplexo mercado privado, como bancos, indústrias, empresas e agricultores, sendo um dos primeiros países a começar a sair da crise.

Pois bem, diante das imensas reservas do pré-sal descobertas não seria hora dessa obtusa oposição elogiar a Petrobras por esse espetacular feito, deixar as firulas eleitorais de lado e se apressar para analisar e aprovar um novo marco regulatório, como quer o governo? O país tem pressa e essa riqueza não deve ser uma commodity para enriquecer multinacionais com matriz estrangeira. Mas parece que deputados e senadores da oposição pensam diferente e acham mais produtivo perder tempo em discussões inócuas sobre eles mesmos e suas falcatruas, em nome da ética. Acham que 90 dias é pouco tempo para definir se devemos dividir essa riqueza com os outros ou se convém dispor dela para o desenvolvimento de nossa economia. E ficam colunistas e economistas “palpiteiros”, como diz Lula, preocupados com jogadores da Bolsa de Valores, com pequenos acionistas da Petrobras e com investidores estrangeiros.

No modelo de concessão, como é hoje, a União fica apenas com 32,2% do petróleo extraído, o restante vai para o mercado privado. Eis a razão pela qual o governo pretende definir o modelo de partilha, mais vantajoso para o Brasil. Os que defendem o Estado mínimo acham isso uma heresia no livre mercado. E usam argumentos risíveis como: 1 – A Petrobras terá peso excessivo nas negociações; 2 – Se um fornecedor se desentender com a estatal terá de sair do país, porque a empresa concentrará as encomendas, segundo diz Marco Tavares, sócio da Gas Energy; 3 – Em teoria, o privilégio à Petrobras tem um viés de ineficiência, já que aniquila a competição; 4 – As grandes operadoras mundiais poderão se desinteressar do Brasil, uma vez que estarão afastadas das decisões técnicas.

Bem, vamos ver até onde vai o patriotismo dessa gente, que fica arrepiada só de ouvir falar em nacionalismo, sentimento que os Estados Unidos têm entranhado em tudo que fazem, principalmente quando em defesa de seus negócios.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O PETRÓLEO CONTINUA NOSSO

Para os defensores do estado mínimo e do mercado totalmente livre, discípulos apaixonados por Roberto Campos, o Brasil deveria ter suas portas abertas, sem nenhuma restrição ao capital estrangeiro, apesar dos subsídios que dificultam, por exemplo, a entrada de nossos produtos nos Estados Unidos. À luz dos princípios ditados por Adam Smith, são mais ousados, pois tratam o mercado como uma entidade mística, afirmando que fora dele não há salvação. Pior do que Edir Macedo da Universal, agem como fundamentalistas mulçumanos, querendo que todos dobrem os joelhos e passem a cultuá-lo como a solução para o mundo.

Ao criticarem Lula pelo seu empenho em criar uma empresa sob o controle estatal para exploração da imensa riqueza do petróleo na camada pré-sal, dizem, com a empáfia capitalista de inveterados jogadores no mundo financeiro, que o mercado de ações reagiu mal, citando queda das ações na bolsa. Enquanto o presidente Lula aguça sua visão, pensando no futuro, que os próximos governos possam extrair dessa riqueza finita recursos extraordinários para combater a pobreza, investindo na educação, na saúde e na geração de empregos, seus adversários exaltam o mercado financeiro e tudo fazem para que o país abra as porteiras para multinacionais, como Fernando Henrique fez com a flexibilização da Petrobras.

Tentam, com o apoio dos jornalões, associar a imagem do Brasil à de países corruptos e com regime político autoritário, que adotaram o sistema de partilha de exploração do petróleo, como quer o nosso governo. Com os refletores de sua cabeça brilhando, Lula acompanhou os passos dos prefeitos que receberam bilhões de recursos dos royalties por muitos anos e deixaram seus municípios sem sistema de tratamento de esgoto, com elevado custeio administrativo por interesse populista e não souberam controlar as invasões e o meio ambiente. Eis a razão pela qual quer que o governo federal tenha controle sobre isso.

Só como exemplo de administrações municipais que não souberam usar os recursos públicos, fica aqui o exemplo de Macaé. Nos 12 anos da administração Sylvio Lopes (PSDB), períodos 1989-1992 e 1997-2004, entraram nos cofres da prefeitura em valores atualizados, cerca de R$ 2 bilhões em royalties, mas a cidade não tem, até hoje, uma estação de tratamento de esgoto, que está sendo providenciada pelo atual governo. Além disso, o sério problema ambiental e social de milhares de família morando em manguezais que foram degradados por omissão municipal ficou também como pesada herança para o governo Riverton (PMDB).

A FEIRINHA DA ROÇA

Aos sábados, antes do astro rei espargir seus raios anunciando um novo dia, Sebastião Gonçalves Neto, o popular e ativo Tião da Emater, se levanta às 3h30 e às 4h00 já está na feirinha ajudando dezenas de companheiros produtores rurais a montar suas barraquinhas, que logo depois são visitadas por muita gente atrás de verduras da serra sem agrotóxico, ovos caipira, melado, frutas e legumes que vem da região serrana.

Segundo Tião, a feirinha foi criada em agosto de 1994, no governo Carlos Emir, com objetivo de ajudar tradicionais moradores da serra que, apesar das dificuldades e da falta de recursos, ainda trabalham a terra e mantém sua capacidade produtiva, mas que não tinham meios e local para fazer chegar ao consumidor da cidade sua produção. A feirinha começou com 23 produtores e hoje já são 57, que abastecem parte da cidade com toneladas de seus saudáveis produtos.

Depois de 37 anos na Emater-RJ, onde foi um dos maiores incentivadores do homem do campo, de concursos leiteiros e das movimentadas exposições na região, Tião se aposentou mas não ficou em casa vendo televisão. Adquiriu pequena propriedade a continua plantando e divulgando a importância da agricultura orgânica.

EM TEMPO

JORNALISMO: Programada pela Associação dos Trabalhadores em Comunicação (Atracom), acontece nos dia 11 e 12 próximos, no auditório do Sindipetro, a Conferência de Comunicação do Norte Fluminense, com início às 9.00 horas. O tema “A Comunicação que queremos e a Comunicação que queremos” promete levantar questões fundamentais a respeito da sobrevivência, a independência e a convivência com o meio político dos meios de comunicação do interior.

ZEZÉ ABREU: O empresário está aí com seus outdoors colocados em pontos estratégicos da cidade anunciando que o povo pediu e ele vai atender com um programa de interesse popular em sua emissora FM 101.