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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O MERCADO: ESSE SUJEITO SENSÍVEL

Você já reparou como os neoliberais se referem ao chamado livre-mercado? Os caras são criativos, tratam-no como uma personagem, um sujeito mais sensível que a popular dormideira, que logo reage quando alguma coisa interfere em seus negócios, em seus lucros. É como um nobre, a quem todos devem reverência.
Quando o governo recorre a alguma medida pensando em melhoria social, logo levantam-se os arautos do capital para combater, alegando que o mercado será afetado e poderá criar problema em suas boas relações com o meio. Até o profético Paul Krugman, recém Prêmio Nobel de Economia, referindo-se à terrível crise do capitalismo virtual e aos irresponsáveis banqueiros e especuladores, chegou a dizer que, “nesses momentos, os mercados ficam irracionais e histéricos”. Quer dizer, o mercado é realmente visto como um “sujeito” pensante, com problemas psicológicos como qualquer humano, que depois de uma certa histeria pode também cair em depressão. Sim, porque ele tem uma bolsa, uma imensa bolsa que precisa cuidar e estar sempre gorda, com altas cotações, para alegria de empresários e principalmente de nervosos especuladores. Gente como Nagin Nahas, que, certa vez, deu um “pregão” na testa de ávidos jogadores profissionais da bolsa.
Afinal, esse “senhor mercado” é um grande “bolha”, que a ganância inflou e acabou estourando no seio da mais evoluída nação do mundo, onde vivem as sumidades da ciência econômica e os mais famosos laureados com o Prêmio Nobel do conhecimento científico.

EM TEMPO

EXPLORAÇÃO: Disputando audiência, a mídia, principalmente televisiva, explora à exaustão casos passionais que geram grande comoção popular. A Globo faz questão de ressaltar que suas imagens e reportagens são exclusivas, assim como as concorrentes. Enquanto houver algo duvidoso para aguçar a curiosidade popular a ordem é escarafunchar ao máximo. Assim foi com os Nardoni e agora com Eloá e Nayara.

URI GELLER: Enquanto o inglês Lewis Hamilton, da McLaren, andou consultando o guru entortador de colher com a força da mente para saber como se sairá na corrida no autódromo de Interlagos, São Paulo, o brasileiro da Ferrari, Felipe Massa, acalma seu grilo psicológico de uma maneira mais íntima e simples: repete a cueca usada no final de semana da corrida. Só não sabemos se suja mesmo.

CESARIANAS: Desde que o homem surgiu na terra, o ato de dar à luz foi encarado como um evento natural. Tão natural, que as nossas índias, por instinto, pelo impulso inconsciente, têm seus filhos de cócoras, facilitando sua expulsão. Os onze filhos de minha, oito homens e duas mulheres, nasceram em casa, com auxílio de dona Artina, parteira de bela alma que atendia gratuitamente todas as mães que residiam entre a Praça Washington Luiz e o rio Macaé.

CESARIANAS II: Com a modernidade, as parteiras pederam prestígio e o que era natural tornou-se um caso médico. Criaram a fria mesa ginecológica, para que o médico tivesse mais conforto. Com a parturiente deitada, posição contrária à lei da gravidade, a solução foi o bisturí, para acelerar o nascimento, já que o médico tem sempre pressa e precisa atender outras pacientes. Eis a razão, além de outras que o capitalismo estimula, de tantas cesarianas.

PAU-BRASIL: Riqueza abundante em nosso litoral que os europeus levaram e já não se vê na devastada Mata Atlântica, bem que poderia voltar a enriquecer nossa ecologia. Este belo exemplar que plantei em meu quintal tem apenas seis anos e já está com quase seis metros de altura. Então, em menos de dez anos dá para criar uma floresta. E veja que beleza é ter um quintal com muitas árvores, como aroeira, a canema florida, jambeiro, acerola, carambola, caju, graviola e figo, onde sanhaços, rolinhas, sabiás, bem-te-vis, cambaxirras e, de vez em quando, até pocaçus vêm cantar e fazer seus ninhos.

MEXIDAS: Assunto que vai se estender e incomodar por um bom tempo, é a falta de empenho de certos parceiros do prefeito Riverton, tidos na mais alta confiança, que ficou demonstrado com o resultado das urnas. Por falar nisto, algumas mexidas andam a caminho e causando grande expectativa.

CAPOTOU: Flamenguista roxo (ou vermelho e preto?), que não perde um jogo do time no Maracanã, o prefeito Riverton, voltando para Macaé, passou por um sério perigo, ao sofrer uma capotagem causada por uma grande quantidade de água acumulada na pista. Internado no hospital em razão de forte pancada na cabeça, felizmente já se recuperou.
Mas, para sua preocupação, está em Juízo Federal acusação de fraude em licitação sobre contratação de empresa para fornecimento de merenda escolar, envolvendo 14 pessoas, inclusive o ex-prefeito Sylvio Lopes e o vereador reeleito Luiz Fernando Pessanha, que tiveram bens indisponíveis.

NA INTIMIDADE: Em campanha, mas na recolhida intimidade, ouviu-se do ex-prefeito ao seu vice: -“Vou pegar essa prefeitura novamente e depois deixo com você e fico em lá Brasília”. Não deu e não dará mais.

TAXA DE INCÊNDIO: Muita gente anda reclamando da taxa de incêndio cobrada pelo Fundo Especial do Corpo de Bombeiros (Funesbom), que inclusive ameaça o devedor de anos atrás com a inclusão de seu nome na dívida ativa do estado. Para quem não sabe, a lei estadual 3686/2001 isenta os pensionistas (até cinco salários mínimos), aposentadoa e deficientes do pagamento.

DESOBSTRUINDO: Seguindo o programa de saneamento, a empreiteira Zadar vem retirando as manilhas de pouco diametro que dificultam o fluxo das águas negras que passam pelo valão que separa os bairros do centro da cidade. No governo do ex-prefeito o secretário de Obras resolveu instalar bombas, quebra-galho caro que não resolveu. Com a manutenção dessas bombas gastava-se, de tempos e tempos, cerca de R$ 300 mil, de acordo com editais publicados em O Debate.

ARNALDO X ROSINHA: A camapanha eleitoral em Campos está quente. Depois de superado o impasse no Tribunal Eleitoral, Arnaldo Vianna, com apoio do PT, desanca Rosinha Garotinho, ganhando a simpatia do professorado e do pessoal do sistema de saúde, duas importantes áreas que não tiveram atenção esperada dela e nem mesmo de Garotinho, quando governadores. Por sua vez, Arnaldo não é também flor que se cheire.

INCRÍVEL: Dois grandes economistas que estão na raiz do cambaleante capitalismo são ironicamente ganhadores de Prêmio Nobel, o austríaco Friedrich Hayek (1974) e o americano Milton Friedman (1976), que, com suas teorias sobre a preponderância do livre mercado e o estado mínimo, alimentaram o pensamento dos conservadores. Deram com os burros n`água, ao deixarem o capitalismo sem travas, à mercê de especuladores que agiam como vorazes jogadores em volta da mesa de cassino.

ROBERTO CAMPOS: Também conhecido na esquerda como Bob Field, dado seu empenho em defender interesses americanos, que justificativas estaria ele hoje apresentando sobre esse desarranjo provocado pelo neoliberalismo globalizante, enaltecido como a grande solução para os mercados mundiais?

PODER PARALELO: Democracia não é um regime que dá ao indivíduo o direito de fazer o que quer. Viver em sociedade exige reciprocidade de direitos e deveres. Fora desse limite prevalece a lei do mais forte. Por isso já passou da hora de o estado se impor, de não deixar espaço para que o tal crime organizado se sinta à vontade para ditar suas regras pela ameaça e a violência das armas. Até quando vamos ficar acuados?

MACAÉTUR: Depois dos oito anos de Glauco Lopes sem nada criar para incrementar o turismo aqui, qual é a proposta e o que anda fazendo o novo secretário nesse sentido? De rede hoteleira e recursos naturais estamos bem servidos. Faltam idéias ou dinheiro?

MOTA COQUEIRO: Por que os produtores do filme sobre o último enforcado oficial no Brasil Império não o exibiram, até hoje, em praça pública, para o povo, como foi acordado com uma empresa para a concessão de uma verba de R$ 500 mil? Com a palavra Aldo Lopes.

A INVERSÃO: É incrível a desfaçatez dessa oposição onde aninham-se os seguidores de FHC. Condenam Lula pelas críticas que o PT fez ao Proer, quando o governo americano faz o mesmo. Ora, a essência das críticas se mantém, por que não há como contemporizar com banqueiros incompetentes e fraudadores, como o nebuloso caso de Daniel Dantas que FHC beneficiou com o dinheiro do contribuinte.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O QUE SE ESPERA DO PREFEITO RIVERTON


Pois bem, o povo foi às urnas e deu mais um voto de confiança para o jovem prefeito Riverton Mussi administrar Macaé por mais quatro anos, impondo uma acachapante derrota àquele que queria voltar ao poder pela quarta vez, com o mesmo discurso e a entonação de voz que já não seduz mais ninguém. O povo, que é paciente mas não é burro, entendeu que os doze anos do outro foram suficientes para implantar um modelo de administração criativo, austero, com avanços firmes e significativos em direção às demandas futuras, que servisse de referência e não caisse na mesmice do que se vê por aí, a prodigalidade, o nepotismo descarado, o enriquecimento que as facilidades do poder sem fiscalização permite.
Agora, é fazer diferente, não seguir esse mau exemplo, porque felizmente o povo já está percebendo isso, como essa eleição evidenciou. É preciso que o prefeito corresponda à altura, começando, desde já, a pensar numa equipe de assessores diretos que vistam a camisa e assumam a responsabilidade de cumprir todas as obras prometidas em campanha. Os quatro anos que se encerram em dezembro certamente serão tomados como referência, uma rica experiência para aguçar mais o espírito e poder discernir as verdadeiras demandas que a população precisa ver atendidas para dispor de uma melhor qualidade de vida.
Como temos aqui, além da riqueza do petróleo, gente com alto nível de conhecimento e espírito público, um orçamento municipal que se compara ao de Campinas, com um milhão de habitantes, a forma de administrar a coisa (res) pública é que se coloca em questão, como acontece na iniciativa privada, com definição de prioridades, quadro funcional enxuto e disciplinado, contenção nos gastos e otimização dos recursos, fugindo do velho e rançoso paternalismo político, causador de um grande mal-estar entre aqueles que entraram no serviço público pela porta da frente, disputando vaga num concurso público, como determina a Constituição Federal. A famigerada Coopemaé no outro governo é um exemplo funesto, iniciativa com aparente cunho social que na essência não passou de culto à personalidade para fortalecer propósitos políticos.
Mas qualidade de vida não quer dizer apenas o asfalto na rua, praças e jardins, nem mesmo o básico esgoto tratado de qualquer grupamento humano, que lamentavelmente ainda infesta o nosso rio de coliformes fecais, para tristeza dos macaenses que já não pescam mais robalos e sardinhas da murada da Rua da Praia, como da década de 80 para trás. Qualidade de vida tem a ver também com o sentimento de segurança, com o nível de educação no ambiente público, com serviços públicos prestados com eficiência e presteza, uma Câmara de vereadores atuando harmonicamente com o Executivo sem negociações obscuras, fiscalizando seus atos como convém e a comunidade deseja.
A seara está pronta para a semeadura. Vai depender do prefeito, agora mais experiente, fazer suas escolhas e saber separar o joio do trigo, porque o futuro vai cobrar o que estará sendo feito agora. Esperamos que seus eleitores não fiquem frustrados com a escolha e quem votou contra se sinta à vontade para aplaudi-lo em final de governo.

EM TEMPO

MAIS PETRÓLEO: Enquanto o meio empresarial e especulativo continua em sua perplexidade diante da bagunça financeira, a Petrobras vai penetrando nas entranhas abissais de nosso mar e descobrindo mais petróleo. Na camada pré-sal da Bacia de Santos.

E A DENGUE ?: Pode estar a caminho, com as chuvas que inundam e o tempo quente chegando. Um equívoco do ex-ministro e hoje governador Serra ter desmantelado a Sucam, que prestava excelente serviço à população com seus agentes que viviam por aí fazendo seu trabalho preventivo contra os infernais mosquitos. A Secretaria já vem atuando e o povo fazendo o dever de casa?

POBREZA E DENGUE: O olhar preconceituoso associava a proliferação da doença às condições sociais das camadas mais pobres. Mas estudos da Fundação Oswaldo Cruz acabam com esse mito. Segundo pesquisa, em 80% dos casos analisados a pobreza não foi responsabilizada pela contaminação dos doentes. Os riquinhos, com suas piscinas, ajudam agravar o problema.

AS CRÍTICAS E O SILÊNCIO: O prefeito Riverton, como o sobrinho que ama a família e seus agregados, suportou estoicamente as críticas e até humilhações do adversário, sem abrir a boca. Para ele, o tempo se incumbirá de abrir novos horizontes. Foi o que aconteceu com Eduardo Paes, candidato a prefeito do Rio, que depois de chamar Lula de “chefe da quadrilha” do mensalão e ofender seu filho, teve de se humilhar publicamente, pedindo desculpa à família.

POR FALAR NISTO: A fina ironia do deputado Chico Alencar (PSOL), candidato derrotado no Rio, dá um toque de humor na campanha: -“Não há como negar que a candidatura do Gabeira é ecológica. Salvou os tucanos do Rio da extinção”. Já aqui, o prefeito vai ter que se explicar ao Ibama.

MAXWELL VAZ: Vereador com atuação brilhante, que mais se esforçou para elevar o nível de relacionamento e independência com o Executivo não conseguiu voltar à Câmara. Além das urnas, nas entranhas dos bastidores deve haver alguma explicação.

ALIÁS: O prefeito talvez esteja se indagando, com profunda tristeza: por que teve apenas 41.026 votos, se a soma dos votos dos vereadores que o apoiaram (nove totalizaram cerca de 36 mil) e dos demais candidatos coligados chegou a quase 80? Essa eleição deu a ele a verdadeira dimensão do grupo que o segue com um pé atrás.

TERRORISMO ELEITORAL: É o que anda fazendo o candidato republicano McCain, apavorado com a derrota iminente. A máscara de herói e político conservador, apegado aos princípios cristãos, começa a cair e o povo a perceber que o democrata Obama é bem melhor do que ele. Os brancos de origem saxônica não conseguem engolir um negro na Casa Branca mandando. Dá para suportar o general Colin Powell e Condoleeze Rice no desastrado governo Bush, uma concessão ao anti-racismo, mas como chefe da nação é inadmissível para essa parcela.

QUARTA FROTA: Coincidentemente, tão logo a Petrobras anunciou a descoberta de petróleo na camada pré-sal, os Estados Unidos logo mandam sua poderosa Quarta Frota singrar nossa costa com o propósito, alegam eles, de ajuda humanitária e combater o terrorismo. Agora, trataram de agendar palestra no Ministério da Defesa brasileiro para que seu contra-almirante Joseph Nimmich viesse clarear seu posicionamento estratégico em relação à América do Sul. Aos oficiais brasileiros, falou sobre “medidas de cooperação”, que significam o seguinte: o direito de as forças armadas americanas entrar em qualquer país, por terra, mar e ar, em ações contra o narcotráfico e o terrorismo. Vai ser difícil.

MINHA BUSCA

Para quem é dado a filosofar. Ao jovem estudante que, além das janelas da Informática, começa a se indagar, a aprofundar seu olhar sobre si mesmo, além do fenomenal, e gosta de viajar pelo fascinante mundo da antiga Hélade, berço dos filósofos que representaram a passagem do pensamento mítico-religioso para o científico-teórico, dedico este meu momento de inspiração poética lembrando de Sócrates, Platão Aristóteles e Sartre:

Peripatético vaguei no mundo das sombras
Com asas do idealismo alcancei meu arquétipo,
mas, como cópia imperfeita, desvaneceu,
e, como Ícaro, aportei no fenomenal.
Decaindo meu demiurgo, mendiguei na soleira do ontem.
Busco meu areópago,
meu centro de tensão,
um ponto onde vibre minha alucinação.
Busco meu refúgio,
meu antro de discussão,
um canto de minha lúdica observação.
Busco meu nicho,
meu âmago de atração,
um átrio perdido na imensidão.
Nessa busca, não encontrei, meu Ser viajava lá fora.
Retornando, reflexivo debrucei e na entranha d`alma vi,
uma consciência, essência abstraída, a brotar uma luz,
o Eu nadificado a partejar o amanhã.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

EM TEMPO

SEM SALVAÇÃO: Em franca decadência política, nem os governadores José Serra e Aécio Neves conseguiram injetar credibilidade à candidatura do deputado Sylvio Lopes. Nem teve efeito algum o discurso do deputado Luiz Paulo (PSDB) na Assembléia acusando o médico Aluízio de ter feito acordo com o prefeito Riverton para prejudicar Sylvio.

SEM SALVAÇÃO II: E ainda a maluca enquete de O Debate, no dia da eleição, apontando a vitória de Sylvio por 40,68% dos votos só serviu para ridicularizá-lo e aumentar seu desgaste ao se constatar o que a maioria já estimava: a terceira colocação, atrás de Aluízio, com 17.814 votos, num universo de 122.556. Já o fenômeno Aluízio (PV), sem nenhum aparato e pouquíssimo recurso, visto por Sylvio, Glauco e Luiz Paulo Correa como um joguete a serviço de Riverton, superou o velho candidato em 20.257 votos, chegando a 38.072, faltando apenas 2.954 para encostar no prefeito.

INDIGNAÇÃO: A serviço de Sylvio, como era de se esperar pelas vinculações já conhecidas, O Debate cometeu uma grande injustiça com o macaense Aluízio Jr., um médico de alto gabarito profissional, excelente ser humano e que só bem tem feito à população de Macaé e a muitos forasteiros que por aqui passam e necessitam de seus serviços. Quem é do bem e tem apego aos valores de sua terra repudia com indignação as insinuações maledicentes do jornal.

CÂMARA: O PMDB foi o grande vencedor nessa eleição, conseguindo uma bancada de cinco vereadores, com os veteranos Paulo Antunes, Theodomiro Bittencourt, Júlio César de Barros, George Jardim e Luiz Fernando Pessanha. O PPS fez dois: Eduardo Cardoso e Chico Machado; o PTdoB vem com Antônio Franco e o novato Lúcio Mauro da Silva Junger; o PTN com José Carlos Crespo; o PT conseguiu apenas o jovem Danilo Funke e o PSDB trouxe o mais jovem, com apenas 18 anos, Paulo Roberto Paes de Oliveira, filho do vice de Sylvio. Vamos ver como esses três novos irão se comportar. Uma pena a Câmara não contar mais com a lucidez do excelente dr. Pedro Reis.

MELANCIA: Não se trata da mulher que fez fama com sua volumosa carroceria, mas da dica que Iney Borges passou para Milbs sobre os efeitos da fruta em relação ao crescimento da glândula prostática. Consumida com seus caroços, ela se mostrou eficaz, retendo o crescimento e até dimuindo o tamanho. Terror da maioria por causa da hiperplasia maligna e do toque retal, já tem gente correndo atrás e dando prioridade para a fruta no carrinho da feira. Valeu, Iney.

PARQUE DA CIDADE: Cerca de R$ 30 milhões foram empatados naquela obra, toda cercada, que o povo simplesmente ignora. Uma imensa área nobre que poderia ser aproveitada para algo mais interessante. Outras obras sem importância social, que consumiram muito dinheiro do contribuinte, são aquele monstruoso símbolo (S) na confluência da Linha Verde com a Linha Azul e os espigões no contorno da estrada Virgem Santa. Obras do ex.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Embora sem visar lucro, deveria ser gerida como empresa privada, com metas operacionais bem definidas, otimização de recursos, colaboradores diretos competentes com alto espírito público e larga visão, contando com um quadro funcional subalterno que veste a camisa, em constante processo de reciclagem para elevar sua auto-estima.

POR FALAR NISTO: Como é praxe em empresas privadas e estatais, seria interessante se o prefeito Riverton adotasse em seu segundo mandato uma nova dinâmica administrativa, realizando reuniões mensais com seu secretariado (Resec), acompanhando diretamente o andamento das tarefas que cabem a cada um, disciplinando as relações pessoais e tomando pulso dos prazos assumidos. Com isso, eleva-se o espírito de corpo e evita-se o relacionamento conflituoso, falando todos a mesma linguagem.

O COLOSSO AFUNDA: Pior do que o estrago feito pelo furacão Katrina, a especulação capitalista leva de roldão poderosas e tradicionais instituições financeiras e afunda a economia dos Estados Unidos, deixando o governo, analistas e economistas de cabelos em pé. Sem alternativas no chamado mercado livre proposto pelo neoliberalismo, são obrigadas a pedir socorro ao governo, dinheiro do contribuinte. Como sempre, lá e cá, privatizam os lucros e socializam o prejuízo. O povo que arque com a conta.

O COLOSSO AFUNDA II: Mas o capitalismo selvagem vem provocando suspeitas, porque, como aves de rapina na cerca esperando a vítima dar os últimos suspiros, tem especuladores estimulando o pânico para comprar ações em baixa na bolsa e enriquecer mais na frente.

AVISO DE QUEM SABE: O mega-especulador George Soros, expert em mercado de capitais, já avisou que a crise não chegou ainda ao olho do furacão. Quer dizer, é tão profunda quanto a camada de pré-sal do nosso (e de americanos também) petróleo. Por falar nisso, empresa americana que detém 30% de um consórcio com mais quatro estrangeiras, informa que encontrou petróleo de boa qualidade na camada pré-sal da Bacia de Campos.

NA CRISE DE 29: Quando a bolsa quebrou no governo Herbert Hoover, o desemprego e o desânimo deixaram a população perplexa, com centenas de bancos quebrados e propriedades tomadas por falta de pagamento. Com a Roosevelt no poder em 1933, os bancos foram obrigados a devolver as terras e o governo começou a financiar a produção e a investir em abertura de estradas para gerar emprego. Foi o New Deal (Novo Acordo, Nova Ordem), bem diferente de hoje, quando apenas os irresponsáveis banqueiros são socorridos.

DERRUBADAS: Embora em nosso céu orbitam sofisticandos sistemas de observação e aqui no chão há vários órgãos governamentais criados e instalados, com muitos funcionários, para proteger o meio ambiente, toras e mais toras continuam passando pelas estradas em caminhões para os grande centros. A imprensa e ONGs expõem a devastação e ninguém fica na cadeia por isso. Lula, que sabe muito bem o que é sobreviver na aridez da caatinga, deveria ser mais severo com essa gente. Mas, infelizmente, até de herói ele já chamou os usineiros, herança trágica colonialismo escravista. Já Minc, muito afetado e encenador, parece criança em briga de rua, que gesticula muito, ameaça e recua, com medo de uma porrada.

LULA E OS ECONOMISTAS QUE QUERIAM SALVAR O BRASIL

Ao longo de sua história, os Estados Unidos, imbuídos de forte sentimento de interação e cooperação familiar, se organizaram com base em rígidos princípios luteranistas (livre exame da Bíblia) e calvinistas (a obra demonstra a graça), encarando o trabalho como uma das grandes virtudes do homem, bem diferente da elite portuguesa católica exploradora, de punhos rendados, que estabeleceu aqui uma colônia a serviço de seu reino, com ajuda de uma equivocada mentalidade religiosa, que submetia o pensamento discordante pelo castigo inquisitorial e impunha a todos o perverso sentimento de culpa.
Quando ainda hoje ouvimos militantes de esquerda falar em “sem medo de ser feliz”. estimulando companheiros à luta pela ascensão social, podemos aquilatar a dimensão desse jugo histórico que marcou a vida dos oprimidos.
Sabiam os americanos que sua e organização social e prosperidade decorriam do apego à ética, ao espírito de liberdade, solidariedade e fé aos princípios cristãos, entendendo que esses valores deveriam ser levados aos demais povos. Primeiro, enviando seus missionários, numa tentativa de combater o paganismo e práticas místicas em desacordo com os cânones cristãos. Mas a primeira e segunda guerras mundiais mostraram que o espírito guerreiro se fazia necessário também para o bom combate ideológico, rompendo suas fronteiras com potentes armas para impor sua democracia, em confronto com o comunismo ateu.
Finalmente, viram ainda que o processo democrático não poderia se sustentar sem um mercado livre, de acordo com a visão liberal de Adam Smith, regido pela lei da oferta e procura, ao espírito de homens livres, aptos a estabelecer e desenvolver o próprio negócio.
Em oposição ao estatismo e à mais valia do comunismo, o capitalismo percebeu a força da economia para exercer seu domínio com grandes corporações empresariais, comprando concorrentes em países emergentes, atraídos pelo poder do dólar, e aliciando lobistas e políticos para torná-los parceiros em seus interesses.
Com o avanço tecnológico, surge a chamada economia globalizada liderada pelo neoliberalismo, com o discurso falacioso de que a salvação para os subdesenvolvidos e emergentes só seria possível com a abertura total de sua economia, caso contrário ficariam isolados.
Dentro dessa nova ordem que se impunha, como por exemplo a tentativa da Alca no Brasl, eis que entram em evidência os iluminados da economia, empolgados e soberbos jovens formados nas grandes universidades americanas, afinados com sua política, assumindo a tarefa de salvação nacional.
A ditadura deu amplo espaço para eles, cada um vaidosamente defendendo o modelo de sua escola e fazendo do povo verdadeiras cobaias sujeitas a suas experiências. Roberto Campos, defensor do estado mínimo, queria que a Petrobras e outras empresas estratégicas fossem privatizadas, ganhando o apelido de Bob Field por ser um fiel parceiro dos americanos nessa empreitada. Delfim Neto, hoje menos arrogante, chegou a dizer que era preciso esperar o bolo crescer para depois distribuir à massa ignara. Mas o bolo só crescia para a elite. Mário Henrique Simonsen, o mais brilhante deles, foi outro, mas, no poder, não aguentou a dura cerviz da mentalidade castrense e resolveu pular do barco.
Lembro de uma passagem ocorrida em janeiro de 1974 entre ele e o presidente Ernesto Geisel, ao ser convidado para assumir o Ministério da Fazenda. Depois de ouvir Geisel expor as dificuldades do governo em relação à inflação, ao choque do petróleo e ao crescimento do país, o assunto resvalou para o polêmico mercado de capitais. Sem meias palavras, Simosen foi logo dizendo: -“Se o senhor quiser moralizar em cinco minutos o mercado de capitais, tem que transformar aquele pedaço da Praça XV num presídio”. É que ali funcionava a Bolsa de Valores.
Pois bem, um outro histórico momento sobre esses mandarins aconteceu em março de 1991, um embate intelectual de duas correntes econômicas antagônicas, a visão ortodoxa de Simonsen, professor da FGV, e a heterodoxia de Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp. Simosen, recorrendo ao filósofo empirista Francis Bacon (método indutivo), acreditava numa solução capitalista no combate à inflação, bastando seguir o receituário monetarista, controlando o fluxo da moeda, os juros e o crédito. Por isso criticou o Plano Collor II, que caminhava em sentido contrário. Reagindo em defesa da ministra Zélia Cardoso de Mello, Belluzzo afirmou, com ironia à erudição de Simonsen, que o filósofo empirista inglês (Bacon) já estava superado pelas idéias dos escocês David Hume e Carl Hempel. Houve até tréplica nessa fogueira de vaidade, com citações aristotélicas.
Para Roberto Campos, os defensores da Petrobrás sob a tutela do estado eram esquerdistas atrasados, verdadeiros petrossauros. O que diria agora quando o governo americano se vê obrigado a estatizar tradicionais instituições privadas?
Quem acompanha a história deste país, deve se lembrar que, depois da ditadura, em apenas cinco anos tivemos cinco choques econômicos: o famigerado Plano Cruzado de Sarney, o Plano Bresser, o Plano Verão, o Plano Collor I e o Plano Collor II.
Pois bem, com Lula no poder, sem nenhuma formação acadêmica ou brilho intelectual, essas figuras desapareceram do cenário e ficamos apenas com a prudência de Henrique Meirelles e a simplicidade de Mantega, mostrando, como disse Barbosa Lima Sobrinho, que economia se faz em casa. Por isso, mais independente dos Estados Unidos, vamos poder aguentar o tranco desse modelo da liberalidade especulativa em decadência.