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terça-feira, 25 de agosto de 2009

DIFÍCIL ENGULIR ESSE CARA

Por Armando Barbosa Barreto

Passados sete anos e oito meses a oposição (DEM e PSDB), as instituições e os grandes meios de comunicação que representam a velha direita não conseguiram ainda assimilar o fato de que um simples metalúrgico, sem formação acadêmica e nenhuma relação genética com o sangue das grandes famílias que dominaram o país desde os tempos coloniais, seja o “cara” que mais competência demonstrou ao enfrentar a crise financeira que abalou os fundamentos da economia de países desenvolvidos e emergentes.

Séculos de arrogância e poder dominando dificultam esse reconhecimento, porque fica parecendo uma submissão a quem não tem brilho social, a quem não teve berço de renda e nem raiz cultural. Uma humilhação ter que descer do pedestal e encarar de frente os acertos do nordestino com o linguajar simples do povão, preocupado em distribuir a riqueza deste país com os excluídos da sociedade capitalista.

Por isso, diante da popularidade do “cara” e da proximidade do ano eleitoral, a ordem que vem de cima, de FHC para o séquito que segue seu discurso emproado e prenhe de neoliberalismo, é bater nesse “cara”, pegar o que surge de suspeito e tentar queimar sua imagem, ainda que seja por tabela, como a candidatura da ministra Dilma Rousseff. Não importa a perda de tempo com questões menores e sem valor político, pois, como afogados em desespero, o jeito é agarrar qualquer merda que passe à frente.

Diante do arquivamento das procedentes denúncias contra o oligarca clã Sarney e do não convincente depoimento da ex-secretária da Receita Federal, é na CPI da Petrobras que eles apostam agora suas fichas nesse viciado jogo de desgaste que só malandros com muito tempo de legislatura sabem fazer. Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, o próximo passo é “Matar a (candidatura) Dilma”.

Quem critica Lula por achá-lo leniente ou até aparentar envolvimento com os corruptos do Congresso não sabe o que é governar em meio a esses políticos escolados apegados a seus interesses, agindo como sanguessugas. Enfrentá-los, sem a perigosa esperteza e o respaldo castrense de um coronel Hugo Chávez, seria condenar seu projeto político ao fracasso. Como deputado e sonhando com suas utopias, Lula viu que não dava para lutar ao lado de 300 picaretas. Para governar, ao contrário do Imperador Júlio Cesar, a prudência lhe ensinou que não deveria “cruzar el Rubicón” e bater de frente com o utilitarismo dos velhos políticos aninhados na oposição. Afinal, como interpretou e disse um maluco beleza: -“os políticos contendem pelas protuberâncias desconexas do traumatismo farpante das heterogeneidades mórbidas.” Dá para entender isso e ainda esses nossos parlamentares?

EM TEMPO


NOSSA IMBOACICA: Continua lá, bela à vista, mas assoreada, com seu leito repleto de lama e milhares de coliformes fecais por 100ml de água, imprópria para banho, onde, antes de prefeitos relapsos e que não amavam a natureza, famílias conseguiam seu sustento com a pesca de camarões graúdos, tainhas, siris, carás e carapebas.

NOSSA IMBOACICA II: As pobres famílias de pescadores foram tocadas dali pela voraz especulação imobiliária, mas uma ficou, espremida entre belos edifícios, para contar a história de uma natureza agredida pela falta de consciência ecológica de administrações equivocadas.

NOSSA IMBOACICA III: Por onde Charles Darwin passou a cavalo em 1832, admirando a beleza de nossa pujante natureza, acabou se transformando numa cloaca, local de despejo para as belas residências construídas em volta. O ex-prefeito Sylvio |Lopes achou mais importante elevar o gabarito das construções da orla e deixar o tratamento e escoamento sanitário para depois, como está até hoje.

NOSSA IMBOACICA IV: A Petrobras, na época de Carlos Sardenberg Bellot, chegou a dotar recurso e contratou empresa para construir uma estação de tratamento provisória para aliviar o despejo de esgoto, mas o prefeito Sylvio e seu secretário de Obras, José Augusto, simplesmente rejeitaram, prometendo uma solução definitiva até o final da administração (2004). Nada fizeram e a Câmara manteve-se em silêncio. Quem ainda tiver em casa o programa de governo para 2001/2004 vai ver quanta fanfarronice sob o título “Macaé não pode parar”.

NOSSA IMBOACICA V: Bem, depois desse lamento temos a boa notícia de que o governo Sérgio Cabral conseguiu reduzir de 16 mil coliformes fecais para mil por 100ml de água da Lagoa Rodrigo de Freitas, tornando-a própria para banho. Agora, com apoio do ousado jovem empresário Eike Batista, do grupo EBX, vem a dragagem de 21.545 metros cúbicos de sedimentos e a construção de uma nova comporta no canal do Jockey. E pasmem, o projeto vai custar apenas R$ 4 milhões. Que sirva de exemplo.

MERVAL PEREIRA: O colunista do jornal O Globo, na tentativa de desgastar a popularidade de Lula e enaltecer a postura de Serra, diz que ele “distorce a história política, a do país e a própria” ao ser condescendente com o caso Sarney, alegando ainda que Lula “trata seus companheiros petistas com a prepotência dos autocratas”.

MERVAL PEREIRA II: Ora, para quem acha aceitável bases americanas na Colômbia e se omite na crítica ao terceiro mandato de Álvaro Uribe, impensável para o Presidente Lula, é evidente que, como o então embaixador em Washington e ministro das Relações Exteriores após o golpe militar de 64, Juracy Magalhães, “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”.

ALGO MAIS FUNDO: Para simpatizantes do PT, partido que sempre teve como retórica a ética, fica difícil entender sua relação quase carnal com o coronel nordestino Sarney. Mas Lula, com agudeza de espírito e sagacidade, enxerga além das considerações superficiais e vai fundo nas ardilosas intenções da oposição, que finge defender a ética no jogo político. Quem são esses paladinos da moralidade, como Arthur Virgílio e Sérgio Guerra (PSDB)? Ambos, com nosso dinheiro, foram buscar tratamento médico para seus familiares fora do país, França e Estados Unidos. Virgílio gastou tanto em Paris, que precisou pedir de lá, por telefone, num fim de semana, US$ 10 mil ao diretor do Senado, Agaciel.

TENDENCIOSO: Jornal O Globo em 21/08, em manchete de 1ª página: -“Marina diz que governo Lula é insensível a causas sociais”. No dia seguinte, em notinha em canto de primeira página, esclarece: -“Marina nega críticas à política social”, negando ela ter dito que o governo Lula é insensível a causas sociais.

É por causa dessa imprensa tendenciosa que Hugo Chávez, presidente da Venezuela, vem pesando a mão sobre determinados meios de comunicação que, em nome da liberdade de opinião, exercem poderosa influência no meio social.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

COLOMBIA – CABEÇA DE PONTE DO MILITARISMO AMERICANO

Tão logo esmagado o diabólico poder nazista, o mundo entrou em novo estado de tensão, passou a viver sob o dualismo ideológico, a bipolaridade geopolítica, os Estados Unidos, arautos das liberdades democráticas, profundamente preocupados com a expansão do comunismo pela então União Soviética. E como o sangue nas veias da América Latina começou a esquentar com as lutas contra as injustiças sociais do capitalismo selvagem, os americanos trataram logo estabelecer sua hegemonia através de governos militares golpistas, investindo pesados recursos em todos os meios e formas de propaganda para seduzir e dominar a mente daqueles que acreditavam na utopia do paraíso da igualdade social, no sonho de que um dia o proletariado chegaria ao céu.

Com o poder do dólar, a ideia de democracia e o sentimento de culpa subliminarmente incutido pela mística religiosa baseada nos dogmas do catolicismo português e espanhol no Cone Sul, ficou mais fácil seduzir as forças armadas e anestesiar a burguesia. Sob a mística do “Deus, Pátria, Família e Liberdade”, o golpe militar de 64, quando o governo João Goulart ousa assinar a lei da reforma agrária contra o latifúndio da antiga política do “café-com-leite”, é reflexo do que havia como substrato do que os americanos chamam de democracia, evidenciado mais à frente quando o então embaixador Lincoln Gordon, questionado pela imprensa nacionalista, chegou a escancarar que “os Estados Unidos não têm amigos, têm interesses”. Assim como servilmente disse Juracy Magalhães, em inglês traduzido pelo fotógrafo Armando Rozário, que lá estava a serviço do Jornal do Brasil, em jantar comemorando a vitória do golpe: -“O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”.

Pois bem, os tempos mudaram, a União Soviética, depois de 70 anos, se desfaz, o decantado neoliberalismo provoca depressão econômica nos países desenvolvidos e agora que os emergentes se tornam mais independentes e se impõem, volta a velha política americana do big stick, do poder pelas armas, porque a velha retórica do mercado livre e das liberdades democráticas já não convencem.

Pensando seriamente nas reservas de petróleo/gás e nos oleodutos, os americanos massacraram o Iraque e estão também no Afeganistão. Antes, encheram Saddam Hussein de dólares e armas, incentivando-o à guerra contra os aiatolás do Irã. No Afeganistão, apoiaram os talibãs na luta contra os russos. Tomaram o lugar e agora combatem os talibãs, apoiando segmento corrupto que detém apenas 1/3 do poder. Como aconteceu no Vietnam, vão ter que sair, um dia, com o rabo entre as pernas, apesar de seu poder de suas sofisticadas e poderosas armas.

Quanto a nós, sul-americanos, o poder dogmático da Igreja, usado pela direita para nos tornar passivos e obedientes, também já não tem politicamente mais eficácia. E como a Venezuela tem muito petróleo e um presidente socialista, sem papas na língua, os americanos, mais do que de pressa, seduziram com seus dólares o presidente Álvaro Uribe e já estão fazendo de sua Colômbia uma cabeça de ponte, sob a hipócrita missão humanitária e de combate ao narcotráfico. Em Honduras, antigo parceiro no combate à libertação da Nicarágua, certamente a CIA está por trás da deposição de Zelada, seguidor das idéias de Hugo Chávez e do equatoriano Rafael Correa.

Em relação ao Brasil, os Estados Unidos estão por perto, em vigília com sua poderosa IV Frota, atentos à exploração da promissora reserva de óleo na camada pós-sal. Assim, em se tratando de futuro, é muito bom também o país ficar de olho em suas fronteiras, pois a Amazônia é uma cobiça mundial.

Então, faz bem o presidente Lula resistir à oposição neoliberal na luta pela criação de uma estatal para controlar as novas reservas de petróleo e se esforçar para a consolidação da Unasul, a União das Nações Sul-Americanas, porque acima e por trás de Barack Obama existe a política de estado, o sistema americano e a Cia que, como disse o ex-embaixador Lincoln Gordon logo após o golpe militar de 64, os Estados Unidos não têm amigos, têm interesses a conquistar e preservar.

EM TEMPO

APLAUSOS PARA OAB: No dia do advogado e pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo na região em prol da justiça social e da consolidação da democracia, a Câmara Municipal concedeu Moção de Aplausos à OAB-Macaé. O presidente da Ordem, Atilano Rocha, muito emocionado, aproveitou para ressaltar o prestígio que a instituição goza, ao ser recebida pelo presidente Luiz Zveiter, logo no dia seguinte de sua posse no Tribunal de Justiça. Acompanhado dos juízes da região, a OAB conseguiu resolver grande parte da pauta de reivindicações quase de imediato, inclusive a efetivação de trinta funcionários para o Fórum.

PRAGMÁTICOS: Com discurso de fiel parceiro do prefeito Riverton, a ida do vereador Chico Machado para o PR de Garotinho deixou muita gente curiosa. Isto porque Riverton, como peemedebista, vai apoiar a reeleição de Sérgio Cabral, e Garotinho, adversário com muita mágoa, vai querer se vingar, lutando pela sua volta ao governo. Seria uma pragmática jogada do prefeito com Chico?

INCONCEBÍVEL: Era o que os amigos e eleitores do petista Maxwell Vaz achavam em relação a sua derrota eleitoral de retorno ao Legislativo macaense. Ao lado da ex-vereadora petista Marilena Garcia era o mais atuante na luta pela melhoria do nível de consciência cidadã, estimulando a participação da comunidade na solução de seus problemas, tratando a questão da violência como uma de suas principais metas, ao lado do problema ambiental e da expansão da distribuição da água. No entanto, perdeu para outros que nada apresentaram, ao não ser usufruir dos recursos que o poder proporciona.

AUSENTE: Certamente é favorável à inclusão no marco regulatório em estudo dos royalties do petróleo da reserva do pós-sal (caminho oposto), mas até agora não vimos nos meios de comunicação e nem mesmo na tribuna da Câmara a fala do deputado Sylvio Lopes a respeito. Afinal, não para defender os interesses da região que ele foi eleito?

TURISMO: Em que pé está o cobiçado projeto de transformar o Arquipélago de Santana num ponto de atração turística? Qual o posicionamento da Marinha em relação à ideia? O que pensam a fazem os vereadores a respeito?
PAULO DUQUE: O senador que gosta de decidir sozinho e se lixa para opinião pública, mostra que o acúmulo de anos (ele tem 82) não lhe deu sabedoria e nem compostura política. É um vergonhoso exemplo de representação que nosso Estado mandou para Brasília, onde tudo é possível.

MARINA SILVA: A notícia de que a senadora petista pelo Acre vai vestir a camisa dos verdes balança o governo Lula. Os 10% que o eleitorado lhe atribuiu em pesquisa recente sinalizam que ela tem credibilidade e que há expressivo segmento querendo algo mais. E talvez não apenas em relação ao meio ambiente, razão de sua insatisfação com o governo.

CORONEL X CANGACEIRO: O pugilato entre Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL) mostra que eles têm razão, pois são cópia fieis da política do Império e da velha República, ainda que em roupagem mais moderna. Representam, como os Sarney, estados onde a miséria do povo envergonha a nação.

O ENCRENQUEIRO: É assim que os jornalões daqui definem e chamam a rebeldia do presidente Hugo Chavez, que critica a hipocrisia americana. Mas não foi Chavez quem matou milhares de civis no Iraque e destruiu seu belo patrimônio histórico; assim como não é Chavez que mata milhares de outros civis no Afeganistão e nem está em Guantánamo torturando prisioneiros, tudo em nome das “liberdades democráticas”.

EDIR MACEDO: A expansão de seus negócios no segmento da comunicação está deixando o sistema Globo preocupado. Daí a ferrenha campanha contra ele. Só que o dinheiro que ele arrecada não é do governo e nem de alguma multinacional, mas dos fieis. Na década de 60, segundo o falecido senador João Calmon (ES), o poderoso grupo americano Time Life, sob o beneplácito da ditadura, financiou a criação da televisão Globo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

TRILHANDO EM FAVOR DO POVO

Viajar de trem sempre foi muito mais agradável do que de ônibus. E para os milhares de trabalhadores que levantam cedo, enfrentando longa espera nos terminais, os ônibus lotados e o trânsito congestionado, vai ser ainda mais agradável quando o VLT (Veículo Leve sobre Trilho) entrar em operação no final do próximo ano. É isso que o prefeito Riverton Mussi, em parceria com o governo Sérgio Cabral, já colocou em contrato assinado na quinta-feira 30, em concorrida solenidade na antiga estação ferroviária de Macaé.

Apresentando num telão pelo secretário de Mobilidade Urbana, Jorge Tavares Siqueira, o projeto aproveita o leito ocioso da antiga linha, hoje pertencente à Ferrovia Centro Atlântica (FCA), por onde percorrerá um moderno veículo, com ar condicionado, ligando os extremos da cidade, do Lagomar ao Parque de Tubos da Petrobras, num percurso de 23 km, com oito pontos de paradas previstas. Segundo estimativa, atenderá uma demanda diária em torno de 100 mil pessoas, aliviando bastante o trânsito da cidade, que registra muitos pontos de gargalo, principalmente nos períodos de maior movimento, manhã, meio dia e fim de tarde.

Esta é mais uma conquista, depois da ampliação do sistema de distribuição de água, do recapeamento da estrada para Glicério, da expansão da Uenf e da construção da Delegacia Legal, que o prefeito Riverton consegue com seu aberto estilo de administrar, colocando o município acima das disputas pessoais, bem diferente da atrasada postura do ex-prefeito, que passou seus oito anos às turras com os governadores Garotinho e Rosinha. Por falar nisto, os dois deputados, pai e filho, que ninguém vê andando pelo centro e bairros, não compareceram ao importante evento.

Com o prefeito, assinaram o contrato o secretário estadual Júlio Lopes, o diretor da Agência Nacional do Transporte Ferroviário, Mário Rodrigues Júnior e a diretora da Ferrovia Centro Atlântica Silvana Alcântara de Oliveira.

EM TEMPO

DE VOLTA: Ao assistir jogo da seleção brasileira feminina de vôlei com a do Porto Rico, mudando de canal no intervalo da partida, quem aparece na TV Litoral: Garotinho, com seu velho estilo, citando obras que realizou em Macaé e remoendo fissuras passadas, chegando a dizer que “vocês vão encontrar por aí muita gente que me traiu, mas não irão encontrar nenhum que eu tenha traído”. Não podia deixar de citar seu maior adversário hoje, Sérgio Cabral, por quem, segundo ele, fez tudo. Ao seu lado e em volta de uma farta mesa de salgados, Mr. Bean, ou seja, o antigo adversário campista Paulo Feijó, o ex-prefeito Carlão, o vereador Chico Machado e o ex-vereador Nélio Nocki.

PESQUISA: Por telefone, com 2.000 eleitores, indica que Garotinho aparece com 17% de preferência, atrás de Gabeira (21%) e Cabral (27%). Lindenberg vem em quarto, com 9%. Como a vida do candidato depende das circunstâncias, Garotinho já avisou que em seu palanque Dilma Rousseff tem espaço garantido.

CORRENDO ATRÁS: A prefeita de Campos e presidente da Ompetro, Rosinha Garotinho, quer o apoio dos governadores José Serra (SP) e Paulo Hartung (ES) na luta pelos recursos das promissoras reservas do pré-sal. Mas o Norte-Fluminense está com a imagem bastante desgastada em razão do mau uso dos royalties. Mesmo assim, o ministro Edison Lobão já adiantou que os três estados que tem costa para as reservas receberão recursos da extração.